Não tenha medo do Imposto de Renda nos investimentos

Não tenha medo do Imposto de Renda nos investimentosA incidência do imposto de renda em algumas aplicações não significa que estas são menos rentáveis que aplicações isentas de IR. Basta fazer algumas contas ou levar o risco em consideração, e fica fácil ver que não devemos ter medo do Imposto de Renda nos investimentos.

Muitos investidores optam pela Poupança por conta da isenção do Imposto de Renda, em detrimento ao Tesouro Direto ou CDB, onde incide o IR.

Outros preferem investir diretamente em ações, pois não há incidência de IR quando se vende menos de R$ 20 mil por mês, ao invés de investir em fundos de índice.

O objetivo deste artigo é mostrar que a rentabilidade do Tesouro Direto compensa a isenção da poupança e que a diversificação e menor volatibilidade dos fundos de índice são grandes vantagens em relação ao investimento direto em ações.

Poupança versus Tesouro Direto

Com as mudanças promovidas na caderneta de poupança em maio/2012, o rendimento da nova poupança foi indexado à taxa Selic. Enquanto a taxa SELIC estiver menor ou igual à 8,5% a.a., o rendimento da poupança será 70% da SELIC (somado à TR, que é próxima a zero).

Se compararmos a nova poupança com a LFT (Letra Financeira do Tesouro, também indexada à taxa Selic), será possível comprovar a imensa vantagem deste título público.

Enquanto a poupança rende apenas 70% da Selic, a LFT rende 100% desta mesma taxa. Mesmo na pior faixa do imposto de renda (22,5% para investimentos em até 180 dias), a LFT teria uma rentabilidade melhor.

Para facilitar, montei uma tabela bem simples para exemplificar:

Tabela de rentabilidade: poupança x LFT

Rentabilidade líquida: poupança x LFT

Enquanto a taxa SELIC estiver menor ou igual à 8,5% (atualmente está em 7,5%), a rentabilidade da LFT será sempre melhor que a rentabilidade da nova poupança, independente do prazo que o dinheiro permanecer investido.

Mesmo no pior caso de incidência do IR, a rentabilidade da LFT ainda será maior que a nova poupança.

Investimento em ações versus Fundos de Índice

Antes de continuar a leitura deste texto, recomendo a leitura do artigo “Imposto de Renda sobre Ações“, para entender as diversas formas de incidência (ou isenção) do IR sobre operações de compra e venda de ações, além dos dividendos.

Se você não leu ou já sabe como é, resumo agora: os investidores são isentos do imposto de renda quando a soma das suas vendas mensais de ações não ultrapassam R$ 20.000,00.

Independente de quanto você compra por mês, se a soma das vendas realizadas no mês for inferior a R$ 20 mil, você não paga imposto de renda.

Se considerarmos que os pequenos investidores dificilmente venderão mais de R$ 20 mil em um único mês, a maior parte do patrimônio investido em ações estará isento de IR, certo? Corretíssimo!

Já no caso dos fundos de índice (o que são fundos de índice?), o imposto de renda incidirá sobre qualquer venda (com lucro) deste ativo, independente do montante operado.

Então qual a vantagem em relação à rentabilidade? À primeira vista, nenhuma.

Todavia o que muitos esquecem de levar em consideração ao investir em ações é o risco, a diversificação e a volatilidade.

Se estamos falando de pequenos investidores (a grande maioria das pessoas), temos que considerar que estes possuem poucas ações em sua carteira (dificilmente mais de 8 ativos).

O grande problema de investir em poucas ações é justamente o grande risco que isso gera. Um problema pontual em apenas um setor do mercado, se afetar duas ações em sua carteira, pode comprometer até 25% da sua rentabilidade.

No caso do fundo de índice mais popular, o BOVA11 (que acompanha o Ibovespa), este fundo é composto por 69 ações e tem uma taxa de administração de apenas 0,54% ao ano.

Isso significa que com apenas uma compra, você está investindo automaticamente em 69 empresas de uma só vez. Essa diversificação diminue a volatilidade da sua carteira e, portanto, o risco.

Para saber mais, recomendo o passo-a-passo para investir em Fundos de Índice.

Conclusão

Para tomarmos uma decisão de investimento (ou qualquer outra), precisamos analisar diversos fatores. E a incidência do imposto de renda é apenas um deles.

Como vimos neste artigo, investir em títulos públicos é mais rentável que a poupança e os fundos de índice são menos arriscados que o investimento direto em ações. Uma pequena análise pode causar uma enorme diferença na rentabilidade da sua carteira.

Por fim, recomendo a leitura do artigo “Investimento passivo: sua carteira em piloto automático“.

Imagem: FreeDigitalPhotos.net

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