Viva rico, morra quebrado

O título do artigo pode até parecer estranho, mas o conceito que vou apresentar é bem interessante. César já abordou esse assunto no artigo “Live Rich, Die Broke“, há 3 anos. A ideia é acumular um montante e gastar todo o dinheiro até o último dia, e não apenas viver dos rendimentos deste montante.

O propósito deste artigo é mostrar como é possível viver rico e morrer ‘quebrado’, quais as vantagens em utilizar esse método, apresentar uma planilha para fazer essas simulações e, por fim, discutir quais fatores pesam a seu favor e quais pesam contra.

O que é viver rico e morrer quebrado?

Primeiro de tudo é importante explicar que morrer quebrado não significa terminar a vida pobre ou endividado. Trata-se de investir mensalmente para acumular um montante para aposentadoria (como já tratamos em vários artigos), mas tem como diferencial consumir todo esse dinheiro num período de tempo pré-definido, ao invés de viver apenas com o rendimento mensal.

Rendimento mensal versus renda mensal

A diferença entre eles é que no primeiro, você viveria apenas com os juros mensais sobre o montante que você acumulou ao longo da vida. No final, você ainda teria o capital intacto. Já no segundo você viveria desses juros acrescidos de uma parte do todo, para que, ao final do período previamente estabelecido, não restasse nada!

Simulador de projeção financeira

No intuito de ajudá-los a calcular a renda mensal pretendida na aposentadoria, atualizei e já disponibilizei o Simulador de Projeção Financeira, trazendo várias melhorias.

Para utilizá-lo, você precisará informar os seguintes dados:

  • Montante inicial: quanto já poupou até agora;
  • Aporte mensal: valor a ser aplicado mensalmente;
  • Tempo de contribuição: durante quantos meses os aportes serão feitos;
  • Taxa de Juros: valor médio da taxa de juros ao ano;
  • Inflação: taxa de inflação anual. Pode ser modificado, mas já está com a meta do governo (4,5% a.a.);
  • Imposto de renda: alíquota do IR para sua aplicação. Existem aplicações, como LCI e FII por exemplo, que são isentas do IR. Mas a maioria é tributada em 15% sobre o lucro obtido;
  • Idade para aposentadoria: informe a idade que pretende se aposentar;
  • Idade Limite: preencha a idade que você deseja encerrar o recebimento.

Preenchidos todos os atributos supracitados, você obterá a taxa de juros real (descontada da inflação), a poupança formada, o rendimento mensal e a renda mensal. Perceba que a renda mensal sempre será maior que a rentabilidade no mesmo período.

O que está a nosso favor e o que está contra

Após fazer algumas simulações, você perceberá que existem alguns atributos que são bem favoráveis e outros que comprometem bastante o resultado final. Claro que ao aumentar o montante inicial ou o aporte mensal ou o tempo de contribuição, a poupança formada será maior.

Mas experimente aumentar de 500 para 600 reais o aporte mensal e veja o resultado. Agora volte aos 500 e aumente a taxa de juros de 12 para 13% ao ano. Percebeu a diferença?

A taxa de juros e o tempo de contribuição são, sem dúvida, nossos maiores aliados. Quanto antes você começar e quanto maior a taxa média das suas aplicações, melhor será o resultado.

Já nossa longevidade (nunca pensei que falaria mal dela) é nosso pior inimigo. Experimente aumentar o tempo de aposentadoria de 20 para 25 anos (idade limite de 85 para 90 anos) e veja a pancada na renda mensal. Entenderam agora porque o governo não vai acabar com o fator previdenciário? Quanto menor seu tempo de aposentadoria, melhor para ele.

Em resumo, ao invés de se preocupar em viver menos, procurem começar a contribuir o quanto antes pelo maior tempo possível e utilizem esse longo prazo para arriscar parte do capital em aplicações de renda variável, que tendem a apresentar melhores rendimentos.

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