Entenda a queda das taxas de juros dos títulos públicos

Entenda a queda das taxas de juros dos títulos públicosQuem investe em títulos públicos deve ter notado uma sensível redução nas taxas de juros. Recebi alguns emails e comentários questionando o motivo disso estar ocorrendo e achei interessante escrever um artigo sobre o tema para explicar esse fato.

Em pouco mais de um mês, a taxa de juros da LTN 010114 caiu de 12,78% (em 15/07) para 11,55% (em 19/08). Já a taxa da NTN-B Principal 150515 foi reduzida de 6,70% (em 15/07) para 5,94%. Esses são apenas alguns exemplos, mas todos os títulos prefixados (LTN e NTN-F) ou com parte da rentabilidade prefixada (NTN-B e NTN-B Principal) tiveram suas taxas reduzidas.

Com isso, algumas perguntas ficam no ar: Por que essas taxas caíram tanto em tão pouco tempo? A queda da bolsa está relacionada com essa redução das taxas? Existe algum indicador que mostre a tendência das taxas de juros dos títulos públicos?

Como as taxas dos títulos são estabelecidas?

O primeiro passo é entender como as taxas de juros dos títulos públicas são definidas. Apesar dos títulos serem divididos basicamente em três categorias (prefixados, indexados ao IPCA e indexados à Selic), no final das contas todos eles são guiados pela taxa básica de juros: Selic.

Num cenário ideal, todos os títulos deveriam ter uma rentabilidade muito próxima, pois a taxa prefixada da LTN é calculada com base na estimativa média da Selic para o prazo do título. Ao definir que a LTN 010114 vai render 12% a.a., isso significa uma expectativa que a taxa média da Selic seja próxima a esse percentual até 01/01/2014.

Para embasar essa conclusão, uso como exemplo a taxa da LTN 010114 em 15/07. Nessa data, a LTN tinha uma taxa de 12,78% a.a. e a Selic estava em 12,50% a.a., mas com expectativa de alta. Como os analistas esperavam outras altas da Selic, a LTN já precificava o título com essa expectativa.

O que a queda da bolsa tem a ver com isso?

A queda da bolsa é mais uma consequência do que uma causa propriamente dita. As recentes baixas do Ibovespa indicam que uma crise está por vir (ou continuar, pois engana-se quem pensa que a crise de 2008 acabou).

Se a expectativa se confirmar e a crise trouxer problemas para o Brasil, a Selic provavelmente sofrerá cortes, podendo chegar até a 9,5% a.a. Isso seria necessário para estimular o consumo e não permitir que nosso país entre numa recessão. Para entender o movimento oposto, recomendo a leitura do artigo “Por que o governo eleva a taxa de juros?“.

Por conta dessa expectativa de cortes na Selic, as taxas de juros dos títulos públicos devem refletir esse movimento. Em outras palavras, uma LTN 010114 com taxa de juros em 11,55% a.a. significa, a grosso modo, que os analistas esperam que a Selic caia dos atuais 12,50% para um determinado valor até 2014 que, na média, isso represente 11,55% ao ano nesse período.

Então que título comprar agora?

Essa pergunta é muito difícil de responder. Quem acredita nas previsões dos analistas, pode comprar qualquer título, pois todos teoricamente caminhariam para um mesmo percentual. Ou comprar LTN, pois elas ficariam um pouco acima da média da Selic.

Quem não acredita nessas previsões e acha que a Selic não sofrerá cortes tão fortes, já que pouco tempo atrás a expectativa era de novas altas, a melhor opção seria comprar LFT, por ser indexada à Selic. Assim seu investimento se manteria acima da LTN.

Como prefiro não ter que fazer essas estimativas, minha escolha seria a NTN-B Principal. Já expliquei no artigo “Qual o título público mais conservador do mercado?” que esse título é a opção menos arriscada, na minha opinião. A NTN-B é o único que garante ganhos reais (acima da inflação) no longo prazo, excetuando-se um hipotético cenário de hiperinflação.

Diante desse cenário, qual a sua escolha?

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