Li uma matéria muito interessante no UOL Economia com o professor PhD da FIAP, Marcos Crivelato, sobre os diferentes tipos de relação que as pessoas têm com seu dinheiro. Ao invés de abordar os tipos de investidores (conservador, moderado e agressivo), Crivelato classifica essa relação em grupos de poupadores, investidores e apostadores. Atualmente a população brasileira está assim dividida: Cerca de 85% são poupadores, 15% são investidores e outros 5%, apostadores.
Você saberia diferenciar esses três tipos? Em qual deles você se encaixa? O propósito desse artigo é definir cada um desses grupos, de acordo com objetivo, rentabilidade, prazo e risco, para que você possa entender a diferença e saber onde se encaixaria.
Poupadores
Pela própria origem do nome, que remete à caderneta de poupança, já dá para decifrar que os poupadores são mais conservadores. Juntam um mesmo valor de dinheiro mês a mês para, após um tempo, realizar uma aquisição, seja a compra de um carro ou da casa própria, por exemplo.
Os poupadores retêm uma parte do orçamento com a finalidade de consumir ou até mesmo de ter uma reserva de emergência, mas sempre deixando a questão da rentabilidade em segundo plano. Em alguns casos, eles apenas deixam o dinheiro guardado na conta-corrente ou em casa, sem ao menos atentar à inflação, que diminui o poder de compra do valor guardado, com o passar do tempo.
Investidores
Já os investidores têm o hábito de guardar dinheiro, sempre de olho na rentabilidade, pensando no futuro e na acumulação de riqueza. Navega por várias modalidades de investimento em uma escala evolutiva: caderneta de poupança, fundos de investimento até chegar à renda variável.
Seu objetivo até pode ser uma aquisição, mas ele não deixa de guardar dinheiro depois que atinge sua meta. Continua, devido ao pensamento de longo prazo e de acumulação de um patrimônio.
Grande parte dos brasileiros ainda se encontra no grupo dos poupadores, enquanto o ideal seria que eles estivessem no dos investidores, o que não acontece devido à situação financeira difícil pela qual passa a população.
Apostadores
Neste grupo, a palavra de ordem é se arriscar, em busca de um retorno grande. Porém, existem os maus apostadores, que são aqueles que não medem esforços e correm cegamente em busca de uma grande oportunidade de ganhar dinheiro. Existem outros que são um pouco mais conscientes e que separam, para essa “aventura”, apenas parte de seu patrimônio.
Muitos jovens apostadores pensam que, se não for para investir em algo que garanta um ótimo retorno, é melhor gastar o dinheiro. Esse grupo costuma ser mais apostador porque tem a visão de que existe mais tempo para recuperar aquilo que pode ser perdido na aposta.
Os apostadores querem ganhar muito dinheiro e de forma rápida. A questão temporal, neste caso, é importante. Por isso, categorias de longo prazo não despertam interesse neles, bem como aquelas que exigem muito esforço. O importante é ganhar dinheiro fácil.
Características
Confira as características de cada perfil:
Características | |||
---|---|---|---|
Perfil | Poupador | Investidor | Apostador |
Objetivo | Realizar um sonho de consumo
Fazer reserva de emergência |
Garantir renda futura
Acumular patrimônio |
Ganhar dinheiro fácil
Ganhar dinheiro rápido |
Rentabilidade | Fica em segundo plano | Quer a maior rentabilidade na média | Quer a melhor rentabilidade do mercado |
Prazo | Até atingir o objetivo de consumo | Investe constantemente | O mais curto possível |
Risco | Baixo | Médio a alto | Altíssimo |
Quem agrupa? | Classes baixa e média | Classes média alta e alta | Classes altas |
Fonte: Professor Marcos Crivelaro – PhD Fiap |
Conclusão
Muitas pessoas deixam o dinheiro e os investimentos em segundo plano (poupadores). Já outras querem entrar no mercado com muita sede ao pote (apostadores), sem entender que existe uma relação risco x retorno (leia sobre esse assunto clicando AQUI) que deve ser levada em consideração, para não se frustrarem.
O perfil ideal, na minha opinião é ser um investidor. Precisamos ter objetivos não apenas de consumo (compra de carro, imóvel), mas também de aposentadoria e acúmulo de patrimônio. É importantíssimo aumentar nosso patrimônio anualmente, pois isso nos aproximará cada vez mais da independência financeira.