CONTAS MENTAIS: COMO ELAS PODEM ACABAR SEU PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Depois de tanto ler sobre o assunto, ouvir dicas de amigos, parentes e colegas de trabalho, você resolveu dar início ao planejamento financeiro e colocou todas as suas receitas e despesas numa planilha de orçamento.

Até aí, perfeito! Esse é o primeiro passo para organizar suas finanças e perceber como estão as suas contas. O problema, nessa hora, é utilizar o artifício das “contas mentais”, que pode fazer todo o planejamento ir por “água abaixo”.

De acordo com esta teoria, do economista comportamental Richard Thaler, costumamos separar nosso dinheiro em contas distintas (corrente, de investimentos, gastos futuros) e, muitas vezes, imaginamos que a nossa renda é suficiente para muito mais gastos do que ela realmente comporta.

Contas mentais: onde estão os erros?
Segundo a professora, psicanalista e consultora na área psico-econômica, Vera Rita de Mello Ferreira, existem diversas situações do nosso dia-a-dia que nos levam a realizar contas mentais.

Fique atento a alguns exemplos e proteja seu orçamento:

Salário bruto x líquido
Muitas pessoas, por mais informadas que sejam, na hora de planejar, erram ao informar seus rendimentos mensais de salário. Às vezes, a atitude é até inconsciente.

Por exemplo: a pessoa que tem um ganho bruto – antes dos descontos – de R$ 5.000, na hora de preparar o orçamento, utiliza esse valor como base, sem levar em conta que, na realidade, irá receber, líquido, pouco mais de R$ 3.900 – descontando INSS e IR. Essa diferença pode causar um grande estrago nas contas.

13º salário
Supondo que o trabalhador tenha de receber um valor líquido de R$ 3.200 de 13º salário. Ao se dar conta da quantia, muitas vezes sem perceber, começa a fazer planos com o dinheiro extra. “Vou ganhar R$ 3.200, então, vou comprar um notebook de R$ 2.000”, “Com os R$ 3.200, vou pagar meu IPVA de 1.700”.

Inconscientemente, a pessoa não soma as despesas e apenas se fixa no valor de R$ 3.200, ou seja, no exemplo anterior, o trabalhador já assumiria o compromisso de pagar R$ 3.700 sem perceber, causando um rombo de R$ 500 nas contas.

Limite do cartão de crédito
Outro exemplo bastante característico é o do limite do cartão de crédito. Principalmente por conta da possibilidade de comprar em diversas parcelas, muitas vezes sem juros, o consumidor se perde nas contas, realizando cálculos inexistentes.

Vamos imaginar que o limite do cartão seja de R$ 4.000. Parcelando a geladeira de R$ 1.700 em 10 vezes, mais o microondas de R$ 300 em cinco vezes, a máquina de lavar (R$ 1.000) em oito prestações e o computador (R$ 2.000) em 10 parcelas, com certeza, em uma das transações, terá o cartão recusado.

O grande erro, nesta hora, é sempre considerar o limite como valor disponível, sem calcular as parcelas que estão pendentes e subtrai-las do total.

De acordo com a psicanalista, muitas vezes essas contas mentais são feitas de forma inconsciente. No entanto, tendo ciência de que elas existem, fica mais fácil tomar cuidado na hora de planejar e calcular, fazendo com que o seu orçamento seja o mais real possível. Boa sorte!

Fonte: Infomoney

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