Na semana passada escrevi um artigo onde sugeri como investir um milhão de reais sem correr riscos. Eis que a revista Veja (edição 2165, de 19 de maio de 2010) dessa semana traz em sua capa uma matéria com o seguinte texto “O milionário mora ao lado”. Não há como não se interessar pelo conteúdo. A matéria (“A receita dos milionários”) fala sobre o grande momento da economia brasileira, onde milhões de brasileiros saíram da pobreza e, no topo da pirâmide social, a cada dez minutos, um brasileiro se torna milionário.
Apesar de não tratarmos tanto do tema “empreendedorismo” aqui no blog, isso não quer dizer que não o consideramos importante. Na verdade, a grande maioria desses milionários só alcançaram esse status através de negócios próprios, e não de salários em grandes empregos. Tanto que todos os exemplos da matéria são proprietários de empresas bem sucedidas.
Crescimento da economia brasileira
Antes de explorar cada caso especificamente, é importante conhecer os números que refletem esse crescimento da economia brasileira:
- Diversos setores da economia crescem numa velocidade superior a 10% ao ano;
- A produção das indústrias teve uma alta de 20% no primeiro trimestre;
- Nesse mesmo período, o comércio registrou uma expansão de 13% no volume de vendas;
- Mesmo consumindo mais, os brasileiros encontraram folga para poupar. Sinal disso é que o valor total de recursos captados pelos planos de previdência privada ganhou 28% nos três primeiros meses do ano;
- O desemprego recua aos menores níveis históricos, e a renda dos trabalhadores passa por uma recuperação paulatina mas constante. Se fosse possível medir a temperatura atual da economia, esse termômetro exibiria em seu visor o número de 12%.
- O PIB (produto interno bruto, o total de mercadorias e serviços produzidos) deverá ficar ao redor de 7%, o que seria a maior taxa desde 1986, quando houve o Plano Cruzado.
Na crise, surgem as melhores oportunidades de negócios, afirma o dito. A prática, no entanto, mostra que é na maré alta que as empresas singram novos mares e conquistam territórios. A matéria mostra vários casos de sucesso e de cada um desses casos é possível extrair uma lição de empreendedorismo e de como tirar proveito da retomada econômica para impulsionar os lucros.
Graças à estabilidade e ao retorno do crescimento, colocar um projeto de pé, batalhar para fazê-lo deslanchar e transformá-lo em um negócio rentável voltou a ser um sonho realizável. E como. Estima-se que, no último ano, aproximadamente 50.000 brasileiros tenham ingressado no clube dos milionários.
Milionárias, de acordo com o critério utilizado por instituições financeiras para identificar possíveis clientes de alta renda, são aquelas pessoas que possuem um patrimônio equivalente a 1 milhão de dólares, ou 1,8 milhão de reais, com recursos livres para investir (não se incluiu, portanto, o valor da residência própria). A cada dez minutos, em média, brota um novo milionário no país.
Os cínicos poderão condenar o aumento do número de milionários no Brasil. Verão nele um jogo de soma zero, sob o prisma equivocado de que “o que é ganho por alguém é perdido por outrem”. Esse não passa de um dos enganos típicos do senso comum descritos pelo economista americano Thomas Sowell em seu livro Economic Facts and Fallacies. Uma transação comercial quase sempre é benéfica para ambas as partes, argumenta Sowell. Tanto quem vende um produto (para ganhar dinheiro) como quem o compra (por necessidade) sai ganhando com o negócio.
Foi com base nessa ideia equivocada que o Brasil embarcou, nos anos 70, na reserva de mercado e se fechou ao comércio internacional. O resultado foi um crescimento insustentável, que legou uma economia ineficiente e incapaz de enfrentar a concorrência externa. Sob o dirigismo do capitalismo de estado, o país emergiu mais injusto e desigual.
No passado, a riqueza de uns só podia ser construída a expensas de outros. Não é, em absoluto, o que se vê hoje no país. Diz o economista Marcelo Neri, coordenador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas: “O brasileiro está com mais dinheiro no bolso por causa de seu próprio esforço, beneficiado pela melhora no mercado de trabalho e no aumento do salário real. Esse avanço não se deve simplesmente a fatores como programas sociais, que não trazem um bem-estar efetivo e duradouro”.
Segundo um estudo recente do economista, enquanto o consumo aumentou 14,9% nos últimos cinco anos, a renda dos brasileiros aumentou praticamente o dobro: 28,6%. Isso dá a medida da sustentabilidade da atual fase de crescimento. Nos anos 90, o consumo explodiu, mas a média da renda das pessoas praticamente não mudou. O que aconteceu nesse período? Apenas o topo da pirâmide social estava gastando (e se endividando) mais. Agora todo o conjunto da população está com mais dinheiro no bolso (veja o quadro).
Crescimento da classe C
Desde 2000, 23 milhões de pessoas ascenderam à classe C, deixando os estratos mais pobres (classes D e E). Projeções de Neri indicam que esse movimento continuará nos próximos anos. A fatia da classe AB será a que mais engordará até 2014. Já a classe E, em que estavam três em cada dez brasileiros em 2003, recuará para 8% da população. Essa transformação se deve à criação de empregos e à formalização de trabalhadores que antes viviam de bicos. Apenas em 2010 deverão ser criados 2 milhões de empregos com carteira assinada. Serão 2 milhões de consumidores em potencial a mais.
Previsão de milionários para 2017
A maré, portanto, permanecerá em alta, impulsionando os negócios – e multiplicando ainda mais os milionários. Segundo um estudo conjunto da consultoria inglesa Economist Intelligence Unit e do banco inglês Barclays, em 2017 o clubinho das pessoas com uma conta bancária superior a 1 milhão de dólares deverá possuir 675.000 sócios brasileiros. Caso essas estimativas sejam confirmadas, nenhum outro país em desenvolvimento terá tantos milionários quanto o Brasil.
Mas como ser um desses felizardos? Como aproveitar o aumento do consumo e da elevação da liquidez na economia para fundar um negócio? Como deixar de ser um simples assalariado, ainda que de vida estável e bem remunerado, e amealhar 1 milhão de dólares? Vejam as 11 lições dadas por cada um desses milionários:
- Crie um produto exclusivo;
- Inspire-se nos líderes;
- Entregue mais do que eles pedem;
- Seja original;
- Antecipe-se às tendências;
- Seja radical;
- O regional é global;
- Descubra o nicho;
- A classe C quer tratamento A;
- Produza em vez de revender;
- Um dia a maré sobe. Prepare-se.
“Empreender é correr riscos calculados. O verdadeiro empreendedor corre riscos quando sabe que tem grandes chances de acertar”, afirma Renato Fonseca de Andrade, consultor do Sebrae.
O sucesso é cair e voltar a se levantar, vez após vez. Até conquistar o suado primeiro milhão.
Leia a matéria completa clicando AQUI.