Na última reunião de 2012, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 7,25% ao ano. A taxa básica de juros teve dez reduções seguidas, de agosto do ano passado, quando estava em 12,5%, à penúltima reunião do Copom, terminada dia 10 de outubro, quando foi fixada em 7,25%.
Após esses eventos, ficou cada vez mais difícil conseguir boa rentabilidade nos investimentos, pois com as taxas pouco acima de 7% a.a. e a inflação por volta de 6% ao ano, os juros reais estão abaixo de 1% ao ano. No caso da poupança, esse retorno já é negativo.
O objetivo deste artigo é mostrar onde e como investir seu dinheiro nos tempos atuais, onde ainda é possível obter boa rentabilidade, mas será necessário se expor à renda variável.
Títulos públicos
Mesmo com a taxa SELIC muito baixa (em comparação com os anos anteriores), ainda vale a pena investir em títulos públicos.
A rentabilidade do Tesouro Direto é muito superior à caderneta de poupança e todos os fundos DI e de Renda Fixa existentes no mercado investem em títulos públicos (e cobram taxa de administração por isso).
Sendo assim, investir em títulos públicos é melhor que investir em fundos DI e de Renda Fixa justamente por não pagar essa taxa de administração.
Além disso, existem títulos indexados ao IPCA, que pagam rentabilidade real (acima da inflação), protegendo seu poder de compra.
É o caso, por exemplo, da NTN-B Principal 150535, que rende 4,18% a.a. + IPCA (consultado em 29/11/2012).
Fundos imobiliários
Os fundos imobiliários estão na categoria de renda variável, mas a volatilidade dos preços desses ativos é muito baixa (na maioria dos casos). Por essa razão, muitos investidores conservadores já estão investindo em fundos imobiliários.
Caso você ainda não conheça essa aplicação, recomendo a leitura deste artigo: FII: Fundo de Investimento Imobiliário.
Além da diversificação, por estar investindo em outro mercado (imobiliário), esse ativo oferece remuneração mensal (uma espécie de aluguel), que é isenta de imposto de renda.
O problema de investir em vários fundos imobiliários é que, sobre cada compra, é necessário pagar a taxa de corretagem (entre R$ 10 e R$ 15). Para o pequeno investidor, esse valor é bastante significativo.
Além disso, o mercado imobiliário (para muitos economistas) atingiu o auge dos preços. Com isso, o retorno garantido que sempre existiu nesse mercado pode ser comprometido. Ainda assim, vale a pena como uma excelente alternativa de diversificação.
Ações
Diferentemente dos ativos supracitados, que nos últimos anos tiveram ótimo desempenho, o mercado de ações vem “andando de lado” (expressão utilizada quando um ativo não apresenta valorização) há algum tempo.
A boa notícia é que um dos fatores que comprometia o desempenho desse mercado eram as altíssimas taxas de juros praticadas no país, o que comprometia o investimento das empresas.
Agora, com a taxa SELIC mais baixa, as empresas conseguem investir mais e a tendência é que esse mercado se recupere e se valorize bastante nos próximos anos.
Qualquer investidor que pretende obter rentabilidade acima da média, precisará investir parte do seu capital em renda variável.
O problema de investir diretamente em ações é o mesmo que há com os fundos imobiliários: cada ativo comprado terá que pagar uma taxa de corretagem.
Além disso, por se tratar de um mercado muito volátil (grande variação dos preços dos ativos), possuir poucos ativos na carteira pode ser muito arriscado. Seria necessário ter, pelo menos, 10 ativos de diferentes setores para diminuir esse risco. E isso é inviável para o pequeno investidor.
Fundos de índice (ETF)
Os fundos de índice surgem como uma excelente alternativa para o pequeno investidor aplicar seu dinheiro no mercado de ações, mesmo que não tenha tempo (ou conhecimento) para analisar os ativos, oferecendo grande diversificação e custos muito baixos para aplicação.
Já escrevi vários artigos sobre essa modalidade de investimento. Para quem ainda não o conhece, recomendo a leitura deste artigo: O que é um fundo de índice (ETF)?.
Na minha opinião, é um ativo indispensável na carteira de qualquer investidor, por todas as vantagens que ele oferece.
Conclusão
Mesmo com a taxa SELIC tão baixa, ainda é possível montar uma carteira que apresente boa rentabilidade, baixo risco e bastante diversificada. A diferença é que, nas condições atuais, é praticamente obrigatório investir – também – em renda variável.
Para finalizar, de nada adianta montar uma carteira se não houver uma estratégia de investimento por trás dela. E a melhor estratégia que conheço é a alocação de ativos.
Para saber mais, recomendo a leitura do artigo O que é alocação de ativos?.
Até a próxima!
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