A descoberta da Educação Financeira mexe muito com as pessoas. Recebemos diversos e-mails e comentários agradecendo pelas dicas e até se lamentando por não ter tomado conhecimento sobre como lidar com o dinheiro a mais tempo.
Além das sugestões sobre como controlar as dívidas ou como poupar dinheiro, as pessoas têm se interessado cada vez mais por aprender a investir seu dinheiro. Às vezes, mesmo ainda tendo algumas dívidas a pagar, elas já começam a poupar parte do salário para colocar na poupança ou destinar a outros investimentos. O que alguns não sabem, entretanto, é que o pagamento das dívidas deve ser prioridade, em 99,9% dos casos.
O propósito deste artigo é deixar claro porque devemos quitar dívidas antes de começar a investir. Para tanto, é primordial saber o que é uma “dívida cara”, priorizar o pagamento dessas dívidas e só então se preocupar com investimentos.
O que é uma dívida cara?
Alguns pensam que as dívidas mais caras que possuem são as de saldo devedor maior ou até com prestações mais altas. Entretanto estão enganados. As mais caras são as dívidas com taxas de juros mais altas.
Geralmente as dívidas mais caras são os passivos com cartões de crédito (10% a.m.), cheque especial (8% a.m.), crédito pessoal (4% a.m.) ou financiamento de veículos (2% a.m.).
O Banco Central disponibiliza as taxas de juros para as principais modalidades de crédito, tanto para pessoa física quanto para jurídica, organizadas da menor para maior. É possível encontrar as melhores taxas para cheque especial, crédito pessoal, aquisição de veículos automotores e aquisição de bens.
Por que priorizar as dívidas mais caras?
A taxa de juros determina a velocidade de crescimento da dívida. Quanto maior a taxa, mais rápido o aumento do valor das prestações e saldo devedor. Mesmo que você possua dívidas maiores, a prioridade deve ser “matar” as maiores taxas de juros.
Dei alguns exemplos no tópico anterior das dívidas que normalmente são mais caras. Entretanto minha sugestão é que você organize todas as dívidas da maior para a menor e comece a pagar nessa ordem, até que todas sejam quitadas.
Por que não posso investir e pagar dívidas ao mesmo tempo?
A grande maioria dos investimentos (sobretudo os de baixo risco) tem rentabilidade muito inferior às taxas de juros cobradas pelas dívidas. Para se ter uma ideia, enquanto pagamos 10% ao mês para operadoras de cartões de crédito, a caderneta de poupança rende menos que 0,6% mensalmente. Como dificilmente conseguimos rendimentos superiores aos das dívidas, é fácil perceber que elas devem ser prioridade.
Obviamente há algumas poucas exceções, como financiamentos imobiliários para pessoas de baixa renda, com taxas de 4% ao ano, ou prestações de veículos contratadas através de leasing, onde a antecipação de parcelas praticamente não acarreta num desconto significativo.
Conclusão
Pague primeiro as dívidas e só então comece a investir. Nada impede que você inicie os estudos sobre investimentos, buscando oportunidades e avaliando as que mais se adequam ao seu perfil. Na verdade, você tem a obrigação de se preocupar com sua saúde financeira. Afinal, não é porque ainda está pagando as dívidas que não deve se preocupar com investimentos.
Por fim, recomendo a leitura do artigo “Controle suas dívidas“, que traz um guia bem interessante sobre como administrar as dívidas e mantê-las sob controle. Ah, deixe um comentário e compartilhe conosco sua opinião. É muito importante para alimentar a discussão e ajudar outras pessoas.