Buscando conquistar cada vez mais investidores, facilitar o investimento em títulos públicos e comemorar os 10 anos de existência do programa, o Tesouro Direto prepara muitas novidades para o próximo ano.
De acordo com a matéria publicada no Exame.com, as mudanças entrarão em vigor ao longo do primeiro semestre de 2012 e fazem parte de uma agenda conjunta do Tesouro e da bolsa para modernizar o sistema de uso do programa e facilitar a vida do investidor pessoa física que quiser aplicar o seu dinheiro na compra de títulos do governo.
O objetivo deste artigo é apresentar as 5 principais novidades programadas para 2012, que devem deixar o Tesouro Direto ainda mais interessante e acessível aos investidores.
1. Redução do valor mínimo para apenas R$ 30,00
A principal novidade é a redução do preço mínimo para a compra de um título, que cairá de R$ 100,00 para R$ 30,00. Como os títulos têm valor unitário elevado (o papel mais barato custa R$ 568,18 – consultado em 11/10/2011), a redução do valor mínimo ajuda o investidor que não tem muito dinheiro para aplicar.
Hoje, o investidor pode comprar a fração mínima de 0,2 do preço do papel ou o mínimo de R$ 100,00. Em 2012, essa fração passará para 0,1 e o valor mínimo cairá para R$ 30,00.
Para o investidor que quiser reaplicar o dinheiro recebido no vencimento do título ou na hora do pagamento de cupom de juros, o valor mínimo para a nova aplicação cairá para uma fração de 0,01 do preço do papel.
2. Compra programada de títulos
O programa também terá um sistema para a compra programada de títulos. O investidor poderá automaticamente agendar antecipadamente as suas compras para uma determinada data, com a frequência que quiser.
Esse mecanismo vai facilitar, por exemplo, a compra dos papéis pelo poupador que investe no Tesouro sistematicamente com um objetivo definido, como uma poupança para a educação dos filhos, compra de um carro, imóvel ou mesmo aposentadoria complementar.
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3. Reaplicação automática dos títulos vencidos
Quem quiser também poderá agendar a reaplicação do dinheiro recebido na hora do resgate do título ou do cupom de juros dos papéis que têm essa sistemática de pagamento, como as NTN-B (títulos atrelados ao IPCA). O sistema vai fazer automaticamente a compra de novos títulos para o investidor.
4. Manutenção do incentivo às corretoras e bancos que promovem o Tesouro Direto
A bolsa resolveu manter ainda em 2012 o programa de incentivo para as corretoras e bancos estimularem o uso do programa. Pelas regras atuais, a bolsa devolve aos agentes financeiros que tiveram boa performance do programa 50% do valor pago pelo investidor para a custódia dos papéis.
A bolsa cobra 0,30% de taxa de custódia sobre o valor dos títulos e devolve depois 0,15% para as corretoras que tiveram boa performance no programa. Para 2012, a devolução será de 0,10% e os 0,05% restantes deverão ser utilizados em marketing de divulgação do programa.
Para quem não entendia o motivo de algumas corretoras não cobrarem taxa de administração para investimento em títulos públicos, está aí uma ótima explicação.
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5. Investimento em publicidade
Parte do dinheiro que até então é devolvido às corretoras – como forma de recompensa pelo bom desempenho – será investido em propaganda. A primeira ação está sendo feita com os contribuintes com direito a restituição do Imposto de Renda, no momento em que tomam conhecimento da restituição.
O aviso do lote da Receita Federal vem acompanhando de uma propaganda para o programa. “Confira as oportunidades que o Tesouro Direto traz”. A Receita destaca que para o contribuinte que busca liquidez, segurança e rentabilidade, os títulos públicos representam uma “excelente alternativa” de investimento a custos muitos baixos. E depois recomenda que o contribuinte visite a página do Tesouro Nacional na internet.
Conclusão
As três primeiras novidades são fantásticas! Redução do valor mínimo de compra, compra programada e reaplicação automática são medidas que realmente incentivam novos investidores a utilizarem o programa e facilitam a vida das pessoas que já investem em títulos públicos.
Já a quarta medida pode ser interpretada de duas formas. Enquanto a manutenção do incentivo às corretoras permite que algumas não cobrem taxas para investir em títulos públicos, a diminuição do percentual repassado às corretoras de bom desempenho (de 0,15% para 0,10%) pode fazer com que essas corretoras comecem a cobrar alguma taxa, para compensar essa perda.
Sinceramente eu não acredito (nem espero!) que essas corretoras passem a cobrar, até porque essa grande vantagem conquista mais clientes, além de expô-los a outros produtos da corretora, como o investimento em ações, onde a corretora fatura muito bem com a taxa de corretagem, por exemplo. De qualquer forma, é bom ficar de olho.