Cuidado com as taxas cobradas na hora de investir

Cuidado com as taxas cobradas na hora de investirInvestir seu dinheiro é muito importante e isso ninguém questiona. O problema é que existem situações onde não vale a pena investir.

Um exemplo de uma situação é quando estamos endividados. Como a taxa de juros do empréstimo é – via de regra – maior que a taxa de juros das aplicações financeiras, os juros pagos seriam maiores que os recebidos. Por isso, é melhor quitar a dívida antes de começar a investir.

Mesmo para quem não está endividado, ainda assim há situações onde não vale a pena investir, por conta dos custos fixos envolvidos em cada transação. E o objetivo deste artigo é auxiliar na decisão sobre onde investir seu dinheiro, considerando as taxas cobradas pelas instituições financeiras.

Renda Fixa: Títulos públicos

Investir em títulos públicos é uma excelente alternativa para pessoas conservadoras e até mesmo para investidores mais agressivos.

Existem três taxas cobradas para investimento em títulos públicos:

  1. Taxa de negociação0,10% sobre o valor da operação;
  2. Taxa de custódia da BM&FBOVESPA: 0,30% ao ano;
  3. Taxa de administração: varia de corretora para corretora.

As duas primeiras taxas são válidas para qualquer corretora. Então não há como fugir delas. A vantagem dessas taxas é que elas são variáveis. Ou seja, quanto menor o valor a ser investido, menor serão os custos dessa operação.

Já a taxa de administração é livre, existindo inclusive corretoras que não cobram essa taxa. Não precisa ser um expert para saber que essas devem ser as escolhidas. Atualmente seis corretoras não cobram essa taxa.

Outro custo bastante relevante e que muitos esquecem de considerar é o DOC pago para transferir o dinheiro da sua conta bancária para a conta corrente na corretora. Para quem não tem isenção dessa taxa, o valor pago pode inviabilizar o investimento.

Para exemplificar, vamos considerar que João pretende investir R$ 100 em títulos públicos, mas terá que pagar R$ 8,00 para fazer um DOC para a conta da corretora. Isso significa que João vai perder 8% do valor investido.

Minha sugestão: escolha uma corretora que não cobre a taxa de administração e que seja um agente integrado ao Tesouro Direto. Atualmente temos três corretoras que atendem essas condições. Para saber quais são, veja o ranking dos agentes de custódia do Tesouro Direto.

Além disso, negocie com seu gerente a isenção de pelo menos um DOC (ou TED) por mês. Se isso não for possível, opte por uma modalidade de conta corrente isenta de tarifas bancárias.

Para tanto, leia o artigo “Livre-se das tarifas bancárias“.

Renda variável: Fundos imobiliários, ações e fundos de índice

Para investir em qualquer uma das modalidades acima, será cobrada a taxa de corretagem, tanto na compra quanto na venda. Essa taxa pode ser fixa ou variável, mas a maioria das corretoras cobram corretagem fixa, variando de R$ 5,00 a R$ 20,00.

Além da taxa de corretagem, há também a taxa de custódia. Custa R$ 6,90 e é cobrada mensalmente. Algumas corretoras isentam essa taxa, desde que você faça pelo menos uma operação (compra ou venda) no mês.

Assim como no caso do DOC, a taxa de corretagem também pode inviabilizar o investimento em fundos imobiliários, ações ou fundos de índice.

Vejamos. Se José pretende investir R$ 500 em ações da Vale e a corretora dele cobra R$ 15 de taxa de corretagem, ele perderia 3% já no momento da compra.

E tem mais. Para cada operação de compra ou venda realizada, a taxa será cobrada. Então se você opta por transferir R$ 5.000 para investir, por exemplo, em cinco ações diferentes (R$ 1000 em cada), terá que pagar 5 taxas de corretagem.

Por conta disso, investir em fundos de índice é extremamente vantajoso, pois permite, no caso do ETF BOVA11, que você invista em 69 ações ao mesmo tempo, pagando apenas uma taxa de corretagem.

Para saber mais, recomendo a leitura do artigo sobre investimento passivo.

Minha sugestão: escolha uma corretora que cobre, no máximo, R$ 15 de taxa de corretagem e que não cobre taxa de custódia (ou que ofereça isenção dessa taxa quando fizer uma operação).

Além disso, o custo com a taxa não deve ser superior a 0,5% do valor investido. Se sua corretora cobra R$ 10 de corretagem, você tem que investir, no mínimo, R$ 2 mil. Se ela cobra R$ 15, você tem que investir, pelo menos, R$ 3 mil.

Conclusão

Para alcançar seus objetivos financeiros mais rapidamente, é necessário investir seu dinheiro. Entretanto os custos envolvidos em cada transação devem ser considerados, para não comprometer sua rentabilidade.

Muitas vezes é preferível acumular, durante alguns meses, o dinheiro na poupança, até atingir o valor suficiente para o investimento valer a pena.

Antes de investir, faça as contas. Você não vai se arrepender 🙂

Até a próxima!

Imagem: FreeDigitalPhotos.net

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