Depois de, pelo menos, cinco tentativas de fusão, a Sadia e Perdigão anunciaram ontem (19) a fusão das duas empresas, originando a Brasil Foods, que segundo o atual presidente da Perdigão, Nildemar Secches, será “a grande multinacional brasileira de alimentos processados”. Um dos primeiros compromissos assumidos pelas companhias é a de não demitir funcionários em razão da fusão.
Fundada pelas famílias Brandalise e Ponzoni em 1934, em Santa Catarina, a Perdigão produz atualmente mais de 2.500 itens, como frangos (inteiros e cortes), suínos e bovinos congelados, presuntos, mortadelas, salsichas, hambúrgueres, empanados, lasanhas, pizzas, sucos, iogurtes e leite.
Já a Sadia foi fundada em 1944 por Attilio Fontana, com aquisição do frigorífico Concórdia, na cidade de Concórdia, no oeste catarinense. Atualmente, tem 17 unidades de produção em nove Estados brasileiros (Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Rio, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Goiás e Pernambuco), mais o Distrito Federal. Ao todo, emprega 60 mil profissionais –além de ter parcerias com aproximadamente 10 mil granjas de criação de aves e suínos.
O atual presidente da Sadia, Luiz Fernando Furlan, afirmou que a nova empresa será o maior empregador privado do País. Além disso, segundo ele, a Brasil Foods ocupará o posto de terceiro exportador brasileiro, perdendo apenas para Vale e Petrobras, que são exportadoras de commodities.
As operações da Sadia e da Perdigão ficarão separadas até a aprovação do negócio pelos órgãos de defesa da concorrência. Entre esses orgãos estão, por exemplo, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a SDE (Secretaria de Direito Econômico). E esse pode ser um dos problemas para a fusão, já que órgãos de defesa do consumidor pensam que a fusão poderá trazer consequências negativas para os consumidores, como a diminuição da concorrência e um aumento nos preços.
No processo de fusão previsto, a Perdigão muda de nome para BRF e a Sadia para HFF, e em seguida ocorre a incorporação das ações da HFF pela BRF. Os Conselhos de Administração das duas empresas serão formadas pelas mesmas pessoas, e o presidente de uma será co-presidente da outra. Além disso, os acionistas da Perdigão ficarão com uma fatia de 68% da Brasil Foods, enquanto os acionistas da Sadia terão participação de 32%.
Brasil Foods
A nova empresa nasce com os apostos de décima maior empresa de alimentos das Américas, segunda maior indústria alimentícia do Brasil (atrás apenas do frigorífico JBS Friboi), maior produtora e exportadora mundial de carnes processadas e terceira maior exportadora brasileira (atrás de Petrobras e da mineradora Vale).
Com cerca de 119 mil funcionários, 42 fábricas e mais de R$ 10 bilhões em exportações por ano (cerca de 42% da produção), a gigante surge com um faturamento anual líquido de R$ 22 bilhões.
Abaixo uma ilustração mostrando um raio-X das empresas separadamente: