Como podem “girar” (modificar) pouco suas carteiras, por falta de tempo e por limitação das regras das suas instituições – na maioria dos casos, é preciso informar cada movimento a um comitê -, o perfil geral é de longo prazo. E poucos sabem de cabeça onde aplicam seu próprio dinheiro.
Alexandre Póvoa, diretor da Modal Asset Management, só investe em fundos da instituição, 90% distribuídos entre três fundos multimercados, sendo um deles mais arriscado. Os 10% restantes estão em um fundo de ações.
Saulo Sabbá, diretor de gestão da Máxima Asset Management, chega a ter 100% do seu investimento em Bolsa de Valores, distribuídos entre ações dos setores imobiliário e de tecnologia:
– Mas eu sou novo, tenho 25 anos. Se der tudo errado, posso começar de novo.
Fundos DI não atraem, mas o Tesouro Direto é uma opção
Outro que tem apreço pelo mercado de ações é José Alberto Tovar, sócio da ARX Capital Management: 35% de suas aplicações estão em ações, via fundos.
– Sou muito animado com a Bolsa a longo prazo, muitas empresas novas no mercado vão se beneficiar da melhora econômica do Brasil – diz.
Apesar de normalmente fugirem dos tradicionais fundos DI e de renda fixa, alguns gestores gostam de investir nos títulos públicos que normalmente compõem essas carteiras. O caminho utilizado é o Tesouro Direto, sistema de compra de títulos públicos para pessoas físicas pela internet (www.tesourodireto.gov.br).
Delano Franco, diretor da Mellon Global Investments Brasil, tem 30% de sua carteira própria de investimentos em NTNs-B (Notas do Tesouro Nacional da série B). São títulos que têm uma taxa de juros prefixada no momento da compra e são corrigidos pelo IPCA, indicador oficial de inflação.
– Eu prefiro comprar títulos diretamente porque, diferentemente de um fundo, eu quero escolher um prazo de vencimento para os títulos, que hoje é para 2012 e 2015 – explica.
Ele tem ainda metade das aplicações em diversos fundos multimercados da Mellon, a maior parte com estratégias macroeconômicas, que tentam antecipar tendências dos juros e do câmbio.
Poucos também são os que consideram o imóvel próprio um investimento. É o caso de Patrícia Branco, sócia da Global Equity, que computa 20% do patrimônio no imóvel.
Mas em algo todos eles concordam: defendem o investimento em fundos da própria gestora como forma de conciliar os interesses.