Existem alguns termos tantas vezes utilizados num mesmo contexto ou até mesmo erroneamente citados como sinônimos que achamos que possuem o mesmo significado. Um exemplo muito comum é tributo e imposto. Não são raras as vezes que lemos artigos de pessoas muito influentes (Nova CPMF: você vai pagar calado?, do Marcelo Tas) confundindo esses conceitos.
Nesse artigo, Tas (por sinal, admiro demais o trabalho dele) cita exemplo dos diversos “impostos” brasileiros, mas que na verdade são tributos. Imposto é apenas uma das cinco espécies de tributos, composto ainda por taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições sociais.
Outro caso muito comum é economizar, poupar e investir. Já escrevemos inclusive um artigo para explicar a diferença entre estes termos. De uma forma bem simples, economizar é fazer um esforço para sobrar algum dinheiro no final do mês, poupar é não gastá-lo e investir é pegar esse dinheiro poupado e aplicá-lo financeiramente.
Por existir confusão entre esses termos, muita gente pensa que poupança é investimento. E não é! O objetivo deste artigo é justamente explicar a diferença entre poupança e investimento e mostrar a importância de cada uma dessas entidades.
Poupança, redução de despesas e contenção de gastos
Poupar é acumular valores no presente para utilizá-los no futuro, o que geralmente envolve mudança de hábitos, pois requer uma redução nos gastos pessoais e familiares. Reduzir despesas pode significar desde simples cuidados para evitar o desperdício até o esforço, por vezes árduo, no sentido de conter gastos.
Além disso, poupar exige a avaliação objetiva das despesas, a fixação de metas e, principalmente, muita persistência, a fim de manter-se economizando pelo tempo necessário até que sejam alcançados os objetivos que motivaram a poupança.
Investir é diferente de poupar!
Investir é empregar o dinheiro poupado em aplicações que rendam juros ou outra forma de remuneração ou correção. O investimento é tão importante quanto a poupança, pois todo o esforço de cortar gastos pode ser desperdiçado quando mal investido.
Ainda que a maioria das pessoas esteja acostumada a pesquisar e comparar preços de bens e serviços, isso nem sempre acontece quando o objetivo é escolher serviços financeiros. Quando se trata de finanças, tendemos confiar mais na opinião de amigos e familiares do que em conselhos de profissionais especializados.
Isso se deve, em parte, à escassez de informações sobre as características dos investimentos, mas também ao fato de que há opções demais a considerar e comparar. Quando se tem muitas alternativas, a tendência é simplificar o processo de decisão, apoiando-se em opiniões e dicas nem sempre técnicas.
Não há investimento sem risco!
É comum o investidor prestar mais atenção à promessa de rentabilidade do que às chances de perda do que foi aplicado. Mas acredite: não há investimento sem risco!
Vejamos, por exemplo, um imóvel. Mesmo quando utilizado como moradia, tem todas as características de um investimento e, portanto, está sujeito a riscos. Apesar do imóvel poder ser vendido, permitindo a recuperação do valor investido, seu preço está sujeito às altas e baixas do mercado e, dependendo do momento da venda, pode não ser fácil encontrar alguém disposto a pagar o preço desejado.
Além disso, em caso de emergência, pode ser necessário vender a um valor mais baixo do que o considerado justo. Sendo assim, há pelo menos dois riscos principais: o de não conseguir vender o imóvel no momento desejado e o de não conseguir recuperar o valor investido.
Porém, apesar de ser fácil percebermos, pelo exemplo acima, que o risco faz parte do negócio de investir, ainda assim, quem investe bem pode atingir mais rápido seus objetivos, além de poder alcançá-los com menor esforço.
Poupar e investir são duas atitudes relacionadas. Sem poupança, é muito difícil acumular recursos para realizar investimentos. Por outro lado, um investimento inadequado ao perfil do investidor pode resultar em prejuízos e, assim, comprometer os recursos poupados.
Conclusão
É muito importante compreender a diferença entre poupança e investimento e a importância de cada um deles, pois dificilmente atingiremos nossos objetivos financeiros sem utilizarmos ambos os conceitos.
Quando fazemos planos para uma viagem, troca do automóvel ou compra de um imóvel, não é recomendável expor o montante para esses objetivos a riscos altos. Pode ser que o investimento esteja em baixa justamente quando precisarmos sacar o dinheiro, o que pode inclusive comprometer o alcance desse objetivo.
Da mesma maneira, quando investimentos num plano de aposentadoria complementar, é recomendado aplicar parte do capital em investimentos de maior risco, em busca de rentabilidade maior, já que o longo prazo desse objetivo jogará a nosso favor.
Por fim, entendam a importância de conhecer seu perfil de investimento. Se você for uma pessoa conservadora e aversa a riscos, não adianta se aventurar, por exemplo, no mercado de ações, pois na primeira grande queda, você venderia tudo e sairia num baita prejuízo!
Entendeu a diferença e importância de cada um deles? Conhece seu perfil de investimento? Contribua com essa discussão deixando um comentário!