Os índices de inflação funcionam como um termômetro do economia. Esses índices são uma representação numérica do aquecimento (ou redução) do consumo. Eles são calculados pela variação de preço de diversos produtos, cada um com seu peso. Como cada índice possui produtos e pesos diferentes, seus valores também são diferentes.
As principais entidades que calculam regularmente índices para avaliar nossa economia sob vários aspectos são: Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O intuito deste artigo é apresentar os principais índices de inflação utilizados para medir a economia brasileira, explicando em linhas gerais como são calculados, quais os órgãos responsáveis e para que são utilizados.
Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA)
Índice de inflação oficial do país utilizado como parâmetro para a política de metas de inflação. É calculado pelo IBGE entre o 1º ao 30º dia de cada mês e reflete o custo de vida para famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos, nas principais regiões metropolitanas do país. Em sua composição estão inclusos os gastos com alimentação, habitação, transportes, comunicação, vestuário, saúde e cuidados pessoais.
No caso dos títulos públicos, é utilizado para correção da NTN-B, acrescida de uma taxa de juros. O IPCA deve encerrar 2010 em 5,31% e a expectativa para 2011 é de 4,99%, de acordo com o relatório Focus, do Banco Central.
Para saber mais sobre o IPCA, clique AQUI.
Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)
Desde sua criação em 1947, o IPA, inicialmente batizado de Índice de Preços por Atacado e, a partir de abril de 2010, denominado Índice de Preços ao Produtor Amplo, registra variações de preços de produtos agropecuários e industriais nas transações interempresariais, isto é, nos estágios de comercialização anteriores ao consumo final.
Calculado pela FGV com base nos preços do mercado atacadista, abrangendo etapas do processo produtivo que precedem o preço do varejo.
Para saber mais sobre o IPA, clique AQUI.
Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPC-Fipe)
Índice calculado pela Fipe desde janeiro de 1939 com base nos custos de habitação, alimentação, transportes, despesas pessoais, saúde, vestuário e educação para uma faixa de renda familiar de 1 a 20 salários mínimos.
Segundo o relatório Focus, a expectativa é que o IPC-Fipe encerre 2010 em 6,02% e 2011 em 4,71%.
Para saber mais sobre o IPC-Fipe, clique AQUI.
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)
Índice calculado pelo IBGE, que mede a variação de preços em produtos de alimentação e bebidas, artigos de residência, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário para uma faixa de renda familiar de 1 a 20 salários mínimos.
Para saber mais sobre o INPC, clique AQUI.
Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)
Índice específico para o setor de construção, calculado pela primeira vez em 1950 pela FGV. Reflete a variação de preço nos materiais de construção e na mão-de-obra do setor. É utilizado para reajuste de financiamentos diretos ao consumidor.
Para saber mais sobre o INCC, clique AQUI.
Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M)
Divulgado pela FGV, é calculado com base no IPA, IPC e INCC, com pesos respectivos de 60%, 30% e 10%, entre os dias 21 de um mês e 20 do mês seguinte. Foi criado para corrigir operações financeiras e atualmente também é utilizado para corrigir alguns títulos públicos (NTN-C, que infelizmente não está disponível para compra), contas de consumo e contratos de aluguel.
A estimativa é que o IGP-M feche 2010 em 10,05% e 2011 em 5,30%, de acordo com o relatório Focus.
Para saber mais sobre o IGP-M, clique AQUI.
Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-DI)
Calculado também pela FGV, possui a mesma composição do IGP-M, porém é calculado para o mês fechado. O índice é calculado três vezes no mês, sendo as duas primeiras chamadas de prévia. Deve encerrar 2010 em 9,94% e a expectativa para 2011 é de 5,18%.
As principais fontes de informação para escrita desse artigo foram o excelente livro “Avaliando Empresas, Investindo em Ações“, de Carlos Debastiani (já entrevistado pelo Quero Ficar Rico) e Felipe Russo, o Relatório de Mercado Focus do Banco Central e os sites das entidades que calculam os índices.
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