3 Dicas Valiosas Para Comprar um Imóvel

3 Dicas Valiosas Para Comprar um ImóvelO mercado imobiliário sempre foi fortemente impactado pelos ciclos da economia.

Isso significa que, quando a economia do país cresce, o mercado se expande.

Quando a economia passa por ciclos recessivos, o mercado imobiliário se contrai.

O problema é que esses ciclos de aquecimento e desaquecimento da economia também afetam o seu emprego, o valor real do seu salário, a rentabilidade dos seus investimentos e o seu custo de vida.

Por este motivo, é importante ter alguns cuidados antes de tomar a decisão de comprar um imóvel através de uma dívida que pode demorar 10, 20 ou 30 anos para ser quitada.

A primeira coisa que você precisa perceber é que não vivemos em um país com estabilidade econômica e política duradoura.

O Brasil é um país que já teve sete planos econômicos e dez moedas diferentes antes do real.

No campo da política, nos últimos 30 anos, tivemos apenas quatro presidentes diferentes eleitos pelo voto do povo sendo que dois sofreram impeachment e um está sendo investigado.

Diante dessas constatações, não temos o direito de assumir dívidas grandes de longo prazo sem antes saber exatamente o que estamos fazendo.

Para que você saiba como comprar um imóvel com consciência do que está fazendo e preparado para as adversidades, separei três dicas valiosas, das muitas que já compartilhei com milhares de leitores dos meus livros sobre imóveis.

Se as pessoas seguissem essas três recomendações, muito sofrimento desnecessário poderia ser evitado.

Se você conhece algum amigo ou parente que pretende comprar imóvel, compartilhe essas dicas com ele.

Dica #1: Simule seu novo estilo de vida (antes de financiar)

Vamos imaginar que você já fez a simulação para o financiamento do seu imóvel.

O banco informou que você pode comprometer até 30% da sua renda com o pagamento das parcelas.

Isso acaba limitando o valor máximo do imóvel que pode ser financiado. Quanto maior a sua renda, maior o valor da parcela e maior será o valor que pode ser financiado.

Até aí, tudo bem.

O problema é saber se você tem consciência do que significa ficar algumas décadas comprometendo uma parte significativa a sua renda familiar.

Será que você é capaz de suportar o peso da dívida no seu orçamento todos os meses?

Vamos imaginar uma família onde ambos os cônjuges trabalham e juntos tenham uma renda de R$ 10.000,00.

O banco permitirá que as parcelas do seu financiamento comprometam até 30% da sua renda ou o equivalente a R$ 3.000,00. Você que tinha um estilo de vida que cabia nesses R$ 10.000,00 mensais deverá aprender a viver com R$ 7000,00.

Que tipo de impacto negativo isso vai gerar na sua vida financeira?

Só existe uma forma de saber.

Antes de comprar o seu imóvel comprometendo 10%, 20% ou 30% da sua renda, tente viver por alguns meses com uma renda familiar menor.

Ao receber o seu salário, transfira para um investimento esse percentual equivalente ao que será comprometido na dívida.

Se você é um jovem que ainda mora com os pais e pretende comprar o seu primeiro imóvel, a simulação precisa ser mais completa.

Além do comprometimento da sua renda com o financiamento, você deve se lembrar do comprometimento gerado pelas despesas com condomínio, água, energia, internet, gás, compras no supermercado, entre tantos outros.

Se a mudança de imóvel aumentar suas despesas com transporte, isso também deve ser considerado.

Depois de três meses, você já terá uma ideia superficial do impacto que sofrerá na sua renda diante de um financiamento.

Agora considere que isso vai durar vários anos.

Considere que, além do imóvel, você terá outras necessidades envolvendo transporte (carro), lazer (viagens), vestuário, educação…

Somente se você progredir profissionalmente esse peso será aliviado com o aumento da sua renda.

Em teoria, as pessoas conseguem aumentar sua renda com o passar dos anos ao serem promovidas, mudarem de emprego ou aumentaram sua qualificação profissional.

O problema é que isso não é uma regra.

Nem todo mundo leva a sério a carreira profissional. Muitos se acomodam em uma atividade e ficam nela por praticamente toda vida, podendo até regredir com relação a sua renda.

Para muitos leitores dos meus livros sobre imóveis, esse desafio que proponho foi a primeira experiência séria de poupança que eles fizeram durante a vida.

É claro que todo mundo já poupou algum dinheiro, mas são poucos que passaram pela experiência dura de restringir um percentual elevado da renda familiar por livre e espontânea vontade.

Essa ideia de poupar por vontade própria é importante, pois muitas vezes as pessoas só poupam quando são coagidas por uma dívida.

Se você pode poupar um grande percentual da sua renda para pagar uma dívida, ou seja, para pagar juros e taxas para um banco, por qual motivo não poderia fazer a mesma coisa ganhando juros e tendo o tempo como seu aliado?

Você deve pensar seriamente em fazer isso mesmo quando pretende comprar um imóvel financiado.

Dica #2: Pague menos juros com uma boa entrada

Você precisa ter um bom valor para pagar de entrada. Os bancos não financiam 100% do valor do imóvel.

Vamos imaginar que o banco esteja exigindo uma entrada de 30% do valor do imóvel para liberar o seu financiamento.

Isso significa que, para comprar um apartamento de R$ 300 mil, você precisa ter R$ 90 mil em dinheiro que será pago ao dono do imóvel. Somente os outros R$ 210 mil seriam financiados.

O que você precisa saber é que, quanto maior for a entrada, mais fácil será conseguir o financiamento no banco.

É fácil entender que, para um imóvel avaliado em R$ 300 mil, é mais seguro para o banco financiar R$ 100 mil em vez de R$ 200 mil.

Isso ocorre pelo fato do imóvel servir como garantia de pagamento. Se você não pagar a dívida, o banco fica com o seu imóvel.

Quanto menor o empréstimo e maior o valor do imóvel dado com garantia, menor o risco do banco.

A própria taxa de juros que o banco cobrará do seu financiamento poderá ser menor se a entrada for maior.

Você deve considerar que uma parte desses juros é calculado com base no risco que o banco corre de não receber o valor emprestado.

Além disso, quanto maior a entrada, melhor para o vendedor do imóvel.

Pode demorar 60 dias (em alguns casos, até mais que isso) para o proprietário do imóvel receber o valor do banco.

Por isso, é mais fácil negociar descontos e ter a preferência de compra quando a sua entrada é maior.

Quanto maior a entrada, menor será a sua dívida. Quanto menor a sua dívida menor pode ser o prazo. Quanto menor o prazo e menor a dívida, menos dinheiro você vai gastar pagando juros e taxas para o banco.

Adquirir o bom hábito de poupar e investir o seu dinheiro antes de comprar o imóvel é a decisão mais inteligente que você poderá tomar.

Dica #3: Tenha uma reserva para emergências

Antes de assumir uma enorme dívida que comprometerá a sua renda por várias décadas, além de uma boa entrada, é fundamental que você comece um financiamento com uma boa reserva para enfrentar as emergências.

Imagine o desastre que seria passar por dificuldades financeiras geradas por situações imprevisíveis e que podem comprometer o pagamento das prestações do seu financiamento.

Praticamente todos os financiamentos de imóveis feitos hoje são por alienação fiduciária e não por hipoteca, como no passado.

Isso significa que, se você ficar devendo as prestações do financiamento por mais de três meses, o imóvel poderá ser leiloado pelo banco, mesmo que você e sua família ainda estejam morando nele.

Alguém vai aparecer na sua porta dizendo que é o novo dono do imóvel e você será obrigado a sair do bem que, na verdade, nunca foi seu.

Funciona mais ou menos assim:

  1. Depois de três meses em atraso, o banco envia uma notificação por cartório;
  2. Você tem um prazo para pagar o que deve, que pode ser de até três meses, caso seu financiamento tenha utilizado recursos do SFH (Sistema Financeiro da Habitação), ou de apenas 15 dias, caso os recursos sejam do SFI (Sistema Financeiro Imobiliário);
  3. Terminado o prazo não tem mais conversa. O imóvel é transferido para o banco e segue para leilão. O banco ofertará o imóvel pelo seu valor de mercado. O dinheiro será usado para pagar a dívida e o que sobrar será devolvido para você. Se ninguém se interessar pelo imóvel ele poderá ser leiloado pelo valor da dívida e caso você receba alguma coisa, será muito pouco.

Pode demorar menos de seis meses entre o atraso do pagamento e ser obrigado a sair do imóvel.

Vale lembrar que você não pode desistir de um contrato de financiamento de imóveis da mesma forma que pode desistir de um contrato de promessa de compra de um imóvel na planta.

Diante de uma dificuldade financeira, você ser verá obrigado e vender o seu imóvel, ou melhor, vender o seu contrato de financiamento com o banco, antes de atrasar o pagamento das parcelas.

No entanto, existe uma forma de evitar todo esse transtorno diante dos imprevistos que você poderá enfrentar pela frente.

Você só precisa ter uma reserva financeira para enfrentar essas emergências.

Não existe uma regra para determinar quanto você deve ter como reserva de emergência.

Algumas pessoas possuem o equivalente a três meses da sua própria renda familiar. Alguém que tem uma renda de 10 mil deveria ter uma reserva de, no mínimo, 30 mil. Existem aqueles que possuem 6 meses, 12 meses ou até mais.

A sua reserva não será útil apenas para não atrasar o pagamento das prestações do imóvel. Você não vai querer atrasar o pagamento da escola dos seus filhos, plano de saúde, condomínio, água, energia, internet ou fatura do cartão de crédito, por exemplo.

O importante é ter a ciência de que você não pode nem pensar na possibilidade de ficar devendo as prestações do seu financiamento por muito tempo.

Não espere que o banco tenha pena de você no momento que você estiver sem dinheiro.

O atendimento VIP dos bancos é reservado aos clientes investidores (e não aos devedores).

Infelizmente essa é a realidade.

Estas são apenas algumas de muitas dicas que eu compartilho nos meus livros sobre imóveis.

Não deixe para aprender sobre esses temas tão importantes quando já estiver enfrentando dificuldades.

Antes de comprar um imóvel, você deve observar diversos detalhes que, hoje, pode podem parecer pequenos, mas que podem se transformar em grandes problemas e prejuízos no futuro.

Lembre-se: o mercado é muito arriscado para os leigos e você precisa se preparar antes de fazer a compra mais importante da sua vida.

Para saber mais sobre meus livros, clique neste link aqui.

E se tiver qualquer dúvida, deixe um comentário abaixo, que farei o possível para respondê-lo.

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Leandro Ávila é administrador de empresas, investidor imobiliário e autor dos Books Livro Negro dos Imóveis, Livro Negro do Financiamento de Imóveis e Como Investir em Imóveis.