Recentemente foi publicada uma pesquisa que revelou o tamanho do mercado consumidor feminino brasileiro. Elas dominam 66% do consumo no Brasil e movimentam R$ 1,3 trilhão anualmente. Desses R$ 1,3 trilhão, R$ 800 mil representam consumo direto e R$ 500 mil representam a influência delas na tomada de decisão da compra.
O estudo mostra ainda que as mulheres têm ganho cada vez mais espaço nos setores antes dominados pelos homens, como a compra de automóveis e a escolha dos serviços financeiros. No entanto, os poucos mercados onde o homem ainda tem o maior domínio nas decisões de compra são aqueles onde as despesas familiares são significativas – como o mercado automobilístico.
A pesquisa identificou quatro mercados influenciados pelas mulheres. O primeiro inclui vestuário feminino, produtos de beleza, produtos para a casa e serviços de educação para os filhos. Aqui elas concentram, naturalmente, 83% das decisões de compra. O segundo grupo compreende gastos com entretenimento, saúde, reforma da casa, compra de eletrodomésticos e serviços para a família, como telefonia e internet. As mulheres controlam 67% desses mercados. No terceiro, que inclui serviços bancários e eletrônicos, as decisões são mais equilibradas. Mesmo assim, elas determinam 53% desses gastos. Mesmo no quarto grupo, que compreende compra de carros, manutenção de aparelhos domésticos e produtos de cuidado pessoal masculino, as mulheres decidem 36% das compras.
Apesar disso tudo, elas ainda se sentem mal atendidas pelas empresas. Nada menos que 89% das entrevistadas estão insatisfeitas com pelo menos um segmento de produto ou serviço. Prova de que foco no consumidor não é mesmo o forte das marcas nacionais. Todos esses dados da pesquisa da Sophia Mind em julho vão virar um livro, intitulado ‘Poderosas Consumidoras – o que quer e pensa a nova mulher brasileira’.
Seguramente os resultados dessa pesquisa devem mudar bastante o foco das empresas brasileiras, notadamente nas áreas de serviços bancários e eletrônicos (grupo 3) e compra de carros, manutenção de aparelhos domésticos e produtos de cuidado pessoal masculino (grupo 4), que atualmente são quase que totalmente voltados para o público masculino. E quem não se reposicionar pode ter muitos problemas lá na frente.