“Os investidores devem passar a ter acesso, numa única plataforma de negociação, a ações e derivativos. Essa unificação promoveria um melhor entendimento sobre o funcionamento dos mercados, possibilitando aos investidores desenvolver novas estratégias de investimento, inclusive de proteção de sua carteira”, diz o gerente comercial da corretora Ágora, Hélio Pio.
Por enquanto, Bovespa e BM&F não deram detalhes sobre quais serão as mudanças operacionais provocadas pela fusão. Até que isso seja definido, as corretoras continuam operando com sistemas distintos, um para o mercado de ações da Bovespa, outro para derivativos na BM&F. A expectativa, no entanto, é de que as mudanças comecem a acontecer já nos próximos dois meses.
O lançamento de um home broker unificado, segundo o diretor da corretora Intra, Sérgio Dória, deve atrair ainda mais investidores para o mercado e potencializar as negociações por parte daqueles que já operam. Com a ferramenta em mãos, os próprios investidores devem procurar mais informações sobre como operar. “Além disso, a bolsa deve criar instrumentos para aguçar o interesse da pessoa física por investimentos em ações e derivativos. Novos produtos para familiarizar o pequeno investidor com esses mercados também podem ser desenvolvidos”, diz Dória.
Hoje, as operações de home broker correspondem a 31,15% do total de negócios realizados na Bovespa. Em 2002, essa participação não passava de 10%. O volume negociado mensalmente saltou de 496,6 milhões de reais em dezembro de 2002 para 24,77 bilhões de reais em fevereiro deste ano. Na BM&F, a participação de pessoas físicas ainda é bastante reduzida, embora crescente. Do total de 426,3 milhões de contratos firmados em 2007, apenas 14,1 milhões – o equivalente a 3,3% – foram fechados pelo webtrading, o sistema de negociação pela internet para pessoas físicas da BM&F.
Custos
Outra vantagem que pode surgir da fusão entre as bolsas é a redução nos custos das operações. Bovespa e BM&F já informaram que devem reduzir em 25% suas despesas operacionais até 2010 com a integração de suas atividades. Se isso significar menores custos também para as corretoras, a tendência é que o benefício seja repassado para os investidores.
Fonte: Exame