O QUE FAZER COM O 13o SALÁRIO

Até o final do ano, o pagamento do 13º salário deve injetar aproximadamente R$ 80 bilhões na economia brasileira. A estimativa é do DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos e o montante representa cerca de 2,7% do produto interno bruto (PIB) do país e inclui os trabalhadores do mercado formal, inclusive os empregados domésticos e beneficiários da Previdência Social, aposentados e instituidores de pensão da União e dos Estados. Aproximadamente 68,2 milhões de brasileiros serão beneficiados.

O valor médio nacional a ser pago a título de 13º foi estimado em R$ 1.105. Em termos dos proventos da Previdência, o valor médio nacional a ser pago é de R$ 752. Os empregados do mercado formal receberão, em média, R$ 1.331. Cada trabalhador doméstico com carteira assinada terá direito a um valor médio de R$ 495. O maior valor médio para o 13º (considerando todas as categorias de beneficiados) deve ser pago em Brasília – R$ 2.378 – e o menor, no Piauí – R$ 665.

A pergunta que fica na cabeça da maioria dos trabalhadores é: o que fazer com o 13º? Por chegar numa época de festas e famosa pelos presentes, muita gente gastará uma boa parte fazendo compras. Outros priorizarão o pagamento das dívidas (ou parte delas). Há ainda os que aproveitarão o momento do mercado para fazer investimentos. Mas o que recomendam os especialistas?

O economista e professor de análise de investimentos Humberto dos Santos recomenda que priorize-se, em primeiro lugar, o prazer natalino. Separe 20% para os gastos natalinos, desde presentes até a festa. Reserve outros 20% para umas férias, mesmo que pequenas. Uma sugestão seria um final de semana num hotel com seus filhos. Os 60% restantes devem ser utilizados para o pagamento de dívidas, começando pelos cartões de crédito, e depois o cheque especial. Ainda tem dinheiro em caixa? Guarde para janeiro, mês em que as despesas aumentam com os impostos, matrículas das crianças e aquisição de matéria escolar. Tudo visto ainda restou um dinheirinho? Coloque num cofrinho ou numa conta de poupança. Nunca se sabe como será o amanhã.

Para Ricardo Humberto da Rocha, doutorando em finanças na FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP) e professor da FIA (Fundação Instituto de Administração), uma das maneiras para não entrar em 2009 com a conta no vermelho é saber administrar seus gastos. “Todo ano nós temos Natal e Ano-Novo, ainda assim, ninguém abre uma conta em abril ou maio para colocar um dinheirinho todo mês para esses gastos”, afirma o professor. “É preciso ter mais disciplina.”

Mas o destino do 13º salário não se limita apenas aos gastos de Natal e Ano-Novo. Nem bem o trabalhador digeriu a ceia de fim de ano, já é hora de se desdobrar para pagar as contas de janeiro e fevereiro. Sair para as merecidas férias na praia ou, para quem tem automóvel, é hora de acertar as contas com o IPVA e renovar o seguro do carro. Pais com filhos em escola particular nessa época do ano já estão pensando na matrícula e na famosa lista de material escolar. Portanto, é bom estar atento aos gastos extras do mês de janeiro.

Já o economista do DIEESE Ilmar Ferreira acredita que o principal destino do benefício seja mesmo o pagamento de dívidas. “Os recursos do 13º salário podem trazer, de fato, uma boa oportunidade para o trabalhador quitar ou refinanciar antigas dívidas, com juros mais baixos, através, por exemplo, do crédito consignado”, diz.

O consultor financeiro Gustavo Cerbasi pensa que se seu orçamento for disciplinado e você estiver satisfeito com a renda que seu plano financeiro estará garantindo no futuro, não haverá nenhum problema em fazer alguns luxos quando surgir alguma sobra – como o décimo-terceiro salário, a restituição do Imposto de Renda ou um bônus salarial. O melhor de um bom planejamento financeiro é a oportunidade que ele dá de gastarmos as sobras sem peso na consciência. Sendo assim, que tiver um planejamento financeiro e tiver sido disciplinado durante todo o ano de 2008, nada mais justo que uma recompensa através de rendimentos extras.

Na minha opinião, todas as recomendações estão corretas e podem ser seguidas. Existem quatro frentes a serem atacadas: pagamento de dívidas, compras e lazer, gastos extras e poupança. A primeira opção deveria ser o pagamento de dívidas, até porque são as despesas mais caras (por conta dos juros exorbitantes) e que mais aflingem as pessoas. O restante deve ser balanceado entre as três opções restantes, estando sempre atento aos gastos extras, até para evitar novas dívidas e não entrar num ciclo vicioso.

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