É bem provável que você tenha ouvido falar sobre análise técnica ou até mesmo análise fundamentalista.
Estes são dois tipos de análises mais comuns no mercado financeiro.
A análise técnica, sobre o estudo dos gráficos, é a mais comum por um simples motivo: É onde as corretoras ganham mais dinheiro.
Não nos cursos ou palestras sobre o tema em si, mas porque é um tipo de estratégia que requer mudanças recorrentes em uma carteira de investimentos, principalmente quando são realizadas operações de compra/venda no mesmo dia, conhecidas como day-trade.
Infelizmente, existem pouquíssimas pessoas que abordam esse tema com seriedade suficiente para gerar valor e lucros para seus alunos. A realidade é que a maioria do dinheiro movimentado com essa estratégia vai para as corretoras.
A análise fundamentalista traz uma abordagem de longo prazo, através da análise de balanços de empresas.
É uma estratégia que pode ser eficiente para quem possui o tempo e o conhecimento necessário para aplicá-la. Porém, diversos fundos de investimentos a aplicam e, ainda assim, perdem para o índice bovespa.
Um estudo da iShares mostrou que 66% dos fundos ativos que investem em ações perdem para o Ibovespa.
Pense comigo:
- Estes fundos profissionais de ações contam com uma ampla equipe de research…
- Obtém os dados sempre atualizados de todos os indicadores importantes…
- Possuem uma equipe de analistas e gestores que trabalham o dia inteiro somente para o fundo…
…e somente 34% obtém sucesso no mercado.
Parece estranho?
Agora pense em você:
- Você não possui uma equipe para visitar empresas, conversar com administradores…
- Você não tem o tempo necessário para avaliar cada empresa em todos os detalhes…
- Você não tem acesso aos dados precisos, históricos e atualizados de cada empresa da Bolsa…
…e ainda assim busca superar o Ibovespa?
Talvez porque você se considere um investidor mais inteligente do que à média…
É o que a maioria dos investidores costuma dizer…
Será mesmo?
Continue lendo para saber como funciona a mente humana neste tópico e como eu me iludi diversas vezes no mercado.
Estudos já mostraram que é natural do ser humano se achar superior em diversas ocasiões.
Por exemplo, quando perguntados se dirigiam melhor do que a média, 93% dos americanos entrevistados responderam que sim.
93%!!!
E este tipo de padrão (“eu sou superior à média”) se repete em várias áreas.
Porém, nenhuma delas é tão perigosa como as finanças.
A frase abaixo expressa bem o que quero dizer:
“A bolsa de valores tem mais gênios que o Prêmio Nobel e mais profetas que o Velho Testamento” ~ Origem Desconhecida
Felizmente, existe uma solução para esses problemas e eu demorei um bom tempo para encontrá-la.
Quase desconhecida no Brasil e comum no exterior, a estratégia da alocação de ativos possui diversos benefícios que diminuem os riscos de investimentos, os seus custos e podem aumentar o retorno de sua carteira.
O que é a Alocação de Ativos?
Alocação de ativos é uma estratégia que tem como objetivo equilibrar a relação risco x retorno de uma carteira de investimentos através da porcentagem que é destinada para cada ativo desta carteira.
Ela consegue atingir esse objetivo considerando a tolerância ao risco do investidor, suas metas e prazo de investimento.
O principal pilar da alocação de ativos está na redução do risco de uma carteira através da diversificação.
Esta redução do risco é alcançada através de investimentos que não são perfeitamente correlacionados. Ou seja, quando um investimento faz “zig” o outro faz “zag”.
Esse é um dos principais conceitos da teoria moderna de portfólios e uma das bases da alocação de ativos.
A Relação Retorno x Risco
Dominar esse conceito é o que pode diferenciar você de um investidor iniciante.
A relação retorno x risco é geralmente ignorada pela maioria dos investidores. Eles normalmente só se preocupam com o retorno, mas esquecem que, na maioria das vezes, para ter um maior retorno é preciso encarar um maior risco.
Investir em ações sem considerar um período ruim (um bear market, quando o mercado cai abaixo de 20%), pode resultar em uma venda precipitada por pânico no futuro.
O mercado de ações, embora ofereça o maior retorno esperado, também oferece o maior risco. Ou seja, a variação dos retornos é muito grande, fazendo com que você possa ter tanto ganhos, como perdas.
Investir 100% em ações é fazer uma aposta e não deve ser uma opção, mesmo que você diga para si mesmo: “é para o longo prazo…”
Veja um exemplo abaixo sobre a importância da relação Retorno x Risco.
Exemplo:
O período analisado é de Janeiro de 2008 até Agosto de 2011 (aproximadamente 3 anos e meio).
A carteira do investidor terá apenas 2 tipos de ativos:
1. Ibovespa (Ações)
2. Títulos Públicos Indexados a Selic (Renda-Fixa)
A alocação da carteira irá variar de 20% em 20%, iniciando em 100% ações até 100% renda-fixa.
Períodos de crise mostram como alocar fortemente em ações pode trazer resultados ruins.
Esta tabela é importante para lembrar que investimentos em ações possuem maior risco.
Logo, não é inteligente investir um dinheiro que você precisará daqui a um ano somente em ações.
A relação entre as alocações mostra que, nestes períodos de crise, é fundamental ter ativos de renda-fixa em carteira.
Agora, veja a relação das alocações para um retorno esperado no longo prazo, com dados hipotéticos.
No longo prazo, o retorno das ações tendem a ser maior do que a renda-fixa.
As duas tabelas enfatizam a importância da relação entre retorno e risco.
Ações possuem maior retorno, mas também oferecem maior risco.
Logo, o investidor deve ter em mente que diversificar o ajuda a garantir resultados mais sustentáveis no longo prazo.
As 5 grandes vantagens da Alocação de Ativos
Existem diversos benefícios de você adotar a alocação de ativos como sua estratégia de investimentos, principalmente quando consideramos o nosso objetivo ao investir.
Talvez você pense que seja ganhar mais dinheiro, mas ganhar dinheiro nunca é um fim, mas sim um meio para atingir objetivos maiores.
Essa frase do Steve Jobs resume bem esse pensamento:
“Ser o homem mais rico do cemitério não me importa… ir para a cama à noite, dizendo fizemos algo maravilhoso… Isso é importante para mim.” ~ Steve Jobs
Portanto, você provavelmente investe para ter mais tempo com sua família, com seus amigos. Ou para garantir uma qualidade de vida melhor, podendo viajar mais mundo afora.
Se prender ao mercado, tornando-se um escravo do sobe e desce diário não deveria ser uma opção, pois ao invés de garantir mais tempo para você aproveitar sua vida, você está cada vez mais preso a esse tipo de trabalho.
É por isso que existe uma grande beleza na alocação de ativos, já que você não precisa acompanhar o mercado tão de perto ou monitorar sua carteira diariamente.
Separei 5 grandes vantagens dessa estratégia para você entender os benefícios da alocação de ativos para investir.
1. Minimiza o Risco de uma Carteira de Investimentos
Você já deve estar até impaciente para ler novamente, mas vou repetir:
Diversificar uma carteira é extremamente importante.
Você sabe que a relação entre retorno e risco é diferente para cada ativo.
E, como o mercado é coberto de diversas incertezas, você precisa investir em várias categorias de investimentos, como renda-fixa, fundos imobiliários e ações..
Em um momento de pânico, as ações irão sofrer. Em um momento de crescimento econômico, elas irão prosperar.
Logo, você deve mensurar o quanto irá investir (em %) neste tipo de categoria.
Você não pode ignorá-la com o seguinte pensamento “acho que vem uma crise por aí, vou vender todas as minhas ações”.
O mercado pode continuar subindo, mesmo que de maneira irracional (preços absurdos) por um bom tempo…
Você também não deve alocar 100% neste tipo de investimento (“O Brasil está em evidência. Todos querem investir aqui. O mercado vai subir”)
Uma crise financeira ou um evento muito raro (lembra 11 de setembro?) pode causar uma onda de pânico inesperada…
Não. Você precisa encontrar um meio termo que seja adequado para você.
Logo, pratique uma ampla diversificação em diversos investimentos e classes.
Deste modo, o risco de sua carteira irá naturalmente cair.
2. Fácil de Entender, Simples de Praticar e Ideal para Alcançar Ótimos Resultados
Basicamente, basta seguir os 5 passos:
- Defina o percentual que irá investir em cada classe (categoria) de ativos
- Defina quais ativos você pretende incluir nestas categorias (exemplos)
- Defina o quanto irá alocar em cada ativo específico
- Utilize os aportes mensais para equilibrar a carteira
- Monitore seu portfólio ao longo de um período pré estabelecido
Nas próximas lições veremos uma estratégia simples para monitorar sua carteira no menor tempo possível.
3. Menos Custos, Menos Stress e Mais Tempo Fora do Mercado
Adotando uma estratégia de alocação de ativos com foco no longo prazo você fará muito menos operações do que a média dos investidores.
No mundo atual em que pseudo investidores passam horas e horas grudados na tela do Home-Broker fazendo, às vezes, mais de 10 operações por dia, investir esporadicamente parece uma coisa de outro mundo.
Mas não é…
Estudos do livro The Intelligent Investor (O investidor inteligente) mostram que quanto você mais opera, menor tende a ser o seu retorno.
Eles usam a frase: “The Faster You Run, the Behinder You get”. Ou seja, quando mais você opera, mais você fica para trás, com menores ganhos.
E é verdade. Afinal, o impacto dos custos nos investimentos é muito grande.
Com a alocação de ativos, você poderá operar menos, já que montará uma carteira diversificada e com foco no longo prazo.
Além disso, reduzirá o stress, já que só precisará acessar o Home-Broker quando de fato planejar uma mudança na carteira.
Deste modo, poderá passar mais tempo fora do mercado, aproveitando o melhor que a vida lhe oferece.
4. Desenvolve Importantes Qualidades dos Investidores de Sucesso
Disciplina. Paciência. Controle Emocional.
Quando eu digo para alguém que trabalho com o mercado financeiro a primeira reação é:
“Nossa, você deve ser muito estressado. Ficar vendo aqueles gráficos mais de 6 horas por dia não cansa não?”
Porém, você sabe que não é preciso nada disso para investir de maneira inteligente no mercado.
Deixe o stress e todas as interferências emocionais para os operadores do mercado.
Adotando a alocação de ativos você garante disciplina e paciência.
Disciplina para equilibrar sua carteira quando a alocação se distancia bastante da alocação que você definiu previamente.
Paciência para manter ativos em carteira mesmo com resultados ruins.
5. Planejamento com Foco no Longo Prazo
Diversificar é pensar no longo prazo.
É saber que o mercado apresenta incertezas e que não podemos contar com um dinheiro certo no final da linha.
Logo, é preciso planejar.
Saber que a rentabilidade no longo prazo tende a ser melhor para as ações do que a renda-fixa.
Saber que anos ruins podem ser compensados futuramente com anos melhores.
Pensar no longo prazo é garantir melhores probabilidades de sucesso.
No curto prazo as incertezas são muito maiores.
Você pode tanto ganhar 100% em um ano investindo em ações como -50%…
Porém, quanto mais alargar o prazo de investimento menor tende a ser esta dispersão.
Por exemplo, o retorno anual do Ibovespa em um prazo corrido de 10 anos tende a estar entre 15% e 5%.
Esta dispersão de 10% é bem menor do que a dispersão de 150% em um único ano.
Qual é melhor momento para adotar a Alocação de Ativos?
Geralmente, essa pergunta vem acompanhada dessa outra pergunta:
“Tenho uma ação com um prejuízo de 50%. Não seria melhor esperar ela voltar ao preço que comprei para me desfazer dela?”
Gosto muito de uma frase que diz o seguinte:
A qualidade de uma resposta depende da qualidade de uma boa pergunta.
Se você fizer perguntas de qualidade, receberá respostas de qualidade.
Entretanto, perceba que a pergunta acima não é um bom tipo de pergunta.
O melhor momento para comprar ou vender um ativo nós nunca saberemos.
Talvez essa ação com prejuízo de 50% possa ter um prejuízo ainda maior, de 80% por exemplo.
O futuro é imprevisível, não podemos controlá-lo e por esse motivo, devemos aceitar sua incerteza.
Embora não exista o melhor momento para você comprar e vender seus ativos, você pode se apoiar nas bases da alocação de ativos para montar sua carteira sem se preocupar com esses “melhores momentos”.
A Beleza da Alocação de Ativos
Para sua surpresa, acredito que você deve fazer a migração da carteira antiga para uma nova assim que se sentir confortável com a Alocação de Ativos.
Isso mesmo. Ao invés de esperar o “melhor momento” para se desfazer dos ativos velhos para comprar os ativos novos, você deve fazer a mudança agora, independente do cenário atual.
A beleza da Alocação de Ativos está justamente no fato de ser uma estratégia que reduz bastante os riscos, além de ser naturalmente bem diversificada, se o investidor souber ao menos o básico dessa estratégia de investimento.
Portanto, após definir o percentual para cada classe e ativos em sua nova carteira, é recomendável fazer a mudança nesse exato momento, à preço de mercado.
“Mas e os meus investimentos que apresentam perdas?” você pode estar pensando…
Como lidar com investimentos perdedores?
Você olha para sua carteira e observa vários ativos no vermelho.
Talvez sejam ações que você comprou no auge da euforia em 2008 e que agora estão com -50% de variação.
As ações foram caindo, caindo e você pensou: “vou deixar para o longo prazo”.
Nos fóruns, era comum encontrar pessoas que diziam agora estar casadas com esse tipo de ação.
Porém, esse tipo de pensamento é extremamente perigoso.
Você não quer ficar com um ativo tóxico em sua carteira, quer?
Mas também não quer vendê-lo no prejuízo, não é verdade?
Então você precisa conhecer o Viés do Custo Irrecuperável, ou Sunk Cost.
Entenda o Custo Irrecuperável
Imagine a seguinte situação:
Você pagou R$ 10 para assistir um filme. Porém, após 15 minutos você nota que o início do filme é horrível.
O que você faz? Sai imediatamente do cinema ou esperar o desenrolar do filme para ver se melhora? Afinal, você já gastou os R$ 10 nele…
Se você é como a maioria das pessoas, você optaria por continuar assistindo o filme porque ao sair dele seria como se você tivesse perdido R$ 10.
O tempo de 15 minutos investidos para ver o filme e o valor pago de R$ 10 por ele são suficientes para que a maioria das pessoas assistam um filme ruim mesmo quando percebe-se a baixa qualidade do filme logo no início.
O fato é que o ser humano busca ao máximo evitar perder algo que já possui, mesmo que para isto tenha que perder ainda mais.
Você não poderá recuperar os 15 minutos perdidos no filme e por isso continua assistindo-o até o fim para tentar evitar o sentimento de perda.
Nos investimentos, o custo irrecuperável é extremamente comum.
Quando um ativo apresenta um prejuízo e se revela uma péssima escolha para sua carteira de investimentos, o investidor continua mantendo o ativo em carteira na esperança de vendê-lo com lucro ou no “zero-a-zero” algum dia.
O investidor simplesmente ignora o fato de que esse já é um dinheiro perdido e o que importa agora é como está sua alocação de ativos.
Ele pode manter uma ação individual com perda de –20% ocupando 50% de sua carteira, concentrando um altíssimo risco, ou vendê-la para diversificar totalmente sua carteira.
Quantas vezes você já presenciou essa situação?
O problema do custo irrecuperável é que o tempo e o dinheiro investido na compra desse ativo refletem o passado, que não tem volta.
Logo, o investidor se apega ao preço de compra do ativo, ao invés de avaliar qual é a melhor alocação de ativos para sua carteira hoje.
Ele compraria esse ativo hoje? Ou preferiria investir em outros ativos?
Provavelmente, esse investidor não compraria esse ativo hoje, mas ainda continua mantendo-o em sua carteira por estar apegado ao preço que pagou e por ser incapaz de admitir uma perda ou uma avaliação errada.
O que fazer nessas situações?
É natural errar. Reconhecer o erro é uma das qualidades que todo investidor deveria ter.
Olhe para sua carteira. Esqueça o preço de compra de cada ativo e veja como ela está investida.
Agora responda: Você está satisfeito com essa alocação? Existe algum ativo que você não gostaria de ter em carteira?
Se a resposta for sim, analise os motivos que o classificam como um ativo ruim em sua carteira e venda-o imediatamente, sem importar-se com o preço.
Muitos investidores, por estarem ligados emocionalmente a algum ativo, esquecem que o retorno futuro da sua carteira dependerá em torno de 90% da sua alocação atual e não do preço de compra desses ativos.
Portanto, esqueça o passado e não pense em “se eu tivesse…”. Foco total na alocação da sua carteira.
Afinal, você pode estar correndo um alto risco segurando ativos que mais parecem uma “bomba relógio”.
Conclusão – Recapitulando…
Escolhemos e praticamos a alocação de ativos como estratégia de investimentos porque ela é isenta de qualquer influência de corretoras, que muitas vezes só desejam tirar dinheiro do seu bolso para colocar no delas.
Vimos nessa lição que ela possui diversos benefícios, como esses 5 abaixo:
- Minimiza o Risco de uma Carteira de Investimentos;
- Fácil de Entender, Simples de Praticar e Ideal para Alcançar Ótimos Resultados;
- Menos Custos, Menos Stress e Mais Tempo Fora do Mercado;
- Desenvolve Importantes Qualidades dos Investidores de Sucesso;
- Planejamento com Foco no Longo Prazo.
Também aprendemos como adotar a alocação de ativos, caso você esteja confortável com a estratégia, assim como lidar com ativos perdedores na sua carteira.
O que fazer agora?
Se você ainda não estiver confortável com a estratégia da alocação de ativos e quiser saber mais sobre o tema, sugiro fortemente ler o eBook Alocação de Ativos, escrito pelo Henrique Carvalho. Ele é um resumo de anos e anos de experiência praticando essa estratégia com sucesso, além de ser o resultado de diversos livros estrangeiros lidos sobre o tema.
Caso você se interesse bastante pelo tema e queira saber quais são esses livros, aqui vai uma lista deles:
- All About Asset Allocation – Richard Ferri
- Asset Allocation, Balancing Financial Risk – Roger Gibson
- The Intelligent Asset Allocator – William Bernstein
- The Investor’s Manifesto – William Bernstein
- The Intelligent Portfolio – Christopher Jones
- The Value Averaging – Michael E. Edleson
- Fooled by Randomness – Nassim Nicholas Taleb
- The Perfect Portfolio – Leland B. Hevner
- The Art of Asset Allocation – David Darst
- Asset Dedication – Stephen Huxley & J. Bruns
- Pioneering Portfolio Managment – David F. Swensen
- The Black Swan – Nassim Nicholas Taleb
- Devil Take the Hindmost – Edward Chancellor
- Yes, You Can Supercharge Your Portfolio – Ben Stein & Phil DeMuth
- Against the Gods: The Remarkable Story of Risk – Peter L. Bernstein
Forte abraço!