Uma pergunta recorrente, ao final de todas as palestras sobre Gestão Financeira Pessoal, é: “Vale a pena contratar uma previdência privada – PGBL ou VGBL – ou é melhor eu mesmo formar minha poupança independentemente?”
A resposta recorrente, infelizmente, é: “Não tenho como responder agora. Preciso de mais informações sobre suas finanças. Cada caso é um caso”.
Vou tentar me explicar nessas poucas linhas.
Qual sua situação atual e objetivos financeiros?
O planejamento financeiro pessoal precisa de um ponto de partida, de um ponto de chegada e de alternativas viáveis para nos levar do ponto de partida ao ponto de chegada.
O ponto de partida é saber da sua situação e de suas características financeiras atuais. Costumamos chamá-lo de status quo financeiro e nada mais é do que seu diagnóstico financeiro pessoal: vamos levantar informações sócio-demográficas, fluxo de caixa mensal (quanto ganha, como ganha, quanto gasta, como gasta), patrimônio líquido (investimentos, propriedades, dívidas), valores e atitudes em relação ao dinheiro e tolerância ao risco.
O ponto de chegada são seus objetivos financeiros. Vale lembrar que o objetivo financeiro da poupança para aposentadoria, apesar de importante, deve ser buscado após se planejar para conseguir os objetivos de pagamento de dívidas, poupança para contingências, seguros, poupança para educação dos filhos e sucessão.
Como alcançar esses objetivos?
Tendo o ponto de partida e conhecendo o ponto de chegada, calculamos/determinamos o que é preciso (o esforço necessário) para lhe levar de um ponto a outro. Por exemplo: se você pode reservar R$300,00 por mês para sua poupança de aposentadoria, que rentabilidade você deve buscar? Ou, se você dispõe de uma rentabilidade média líquida de 0,8% ao mês, quanto você precisa depositar mensalmente?
As alternativas são os meios viáveis e capazes de transformar os esforços necessários em realidade. Atente para as duas palavras viáveis e capazes. Por exemplo, se você precisar buscar uma rentabilidade mensal de 1,5% para atingir seu objetivo, muito provavelmente, você precisará recorrer ao mercado de ações, uma vez que tal rentabilidade exige certo risco. Ou seja, o meio deve ser capaz de atingir o objetivo. Porém, se você não tem tolerância ao risco, por mais que o meio seja capaz, ele não é viável, pois não se adéqua a seu perfil. A solução é depositar um pouco mais mensalmente, esperar mais tempo até o objetivo, ou diminuir o valor financeiro do objetivo.
Obviamente, uma vez traçado o planejamento, será preciso acompanhar seu desempenho e revisar suas ações sempre que houver alterações significativas no status quo, nos objetivos ou no cenário econômico.
Essa discussão continua…
Isto posto, na segunda parte desse artigo, vamos tratar especificamente do planejamento de aposentadoria.