O amor romântico é uma das maiores forças que existem. Ele resiste a tudo e transcende completamente questões materiais e temporais. O amor se basta, por si só. Ao menos é o que gostamos de acreditar.
Na vida real, questões materiais são responsáveis por mais abalos em casamentos e relações afetivas do que gostamos de acreditar. Muitos estudos apontam o dinheiro – mais frequentemente a falta dele – como um dos principais fatores (ou o fator principal) que levam casais a se separar ou divorciar. Diferentes estilos de “enxergar” o dinheiro, ou de se organizar financeiramente, podem dar origem a pequenas tensões que, aos poucos, vão ganhando a intensidade de um abalo sísmico.
Quando conhecemos alguém e decidimos embarcar em um relacionamento afetivo de longo prazo, pesamos uma série de fatores: a aparência física da pessoa, seu nível cultural e social, seu “papo”, se é uma pessoa carinhosa e afetuosa, entre outras coisas. Frequentemente esquecemos (ou negligenciamos) as implicações materiais dessa relação: como os recursos serão obtidos e geridos.
Por que não conversar sobre dinheiro?
Nossa cultura não vê com bons olhos misturar afeto com dinheiro, ainda que esses assuntos já sejam intrinsecamente misturados, gostemos disso ou não. É “feio” falar de dinheiro e finanças com a pessoa que a gente ama, pode dar a sensação de que somos mesquinhos ou inseguros, e de que não damos tanto valor assim ao amor “puro e simples”.
Podemos fazer o máximo que pudermos para afastar esse assunto de nossas vidas afetivas, mas em algum momento ele virá bater à nossa porta. Quando aquele amor puro e juvenil virar uma relação com filhos, obrigações e problemas, o assunto terá que ser abordado, de um jeito ou de outro. Quanto mais cedo esses assuntos forem abordados, menor a chance de que ele caia como uma “bomba” sobre nossas cabeças no momento mais inconveniente possível.
Organização financeira para melhorar o relacionamento
Como já vimos, os problemas financeiros em um relacionamento costumam começar de uma forma mais leve e discreta, e o assunto vai ganhando importância progressivamente. Em alguns casos, talvez o esgarçamento do relacionamento tenha sido tão grande que uma recuperação da paz e da harmonia conjugal é pouco provável.
Porém, na maioria dos casos, com um pouco de organização financeira, boa vontade e uma boa dose de auto-conhecimento, é perfeitamente possível colocar o relacionamento novamente em direção ao sucesso.
A seguir alguns pontos interessantes a serem observados pelos casais. Eles podem ser a diferença entre um casamento próspero e bem-sucedido e uma relação fadada a engrossar as estatísticas de divórcios e separações.
1) Definam os valores do casal
Os valores são os princípios que servem de “guia” para o casal. Conceitos como “amizade”, “companheirismo”, “fidelidade” etc são exemplos de valores. Aspectos financeiros e materiais também devem ser contemplados nos valores do casal. Conceitos como “liberdade de tempo”, “segurança financeira” e “abundância material” são valores que expressam nossa postura com relação ao dinheiro e a nossos recursos.
O casal deve ter uma visão muito clara de seus valores, inclusive aqueles que dizem respeito ao dinheiro. Se um dos membros do casal acha importante ter abundância, e o outro se contenta com uma “vidinha tranqüila”, então isso terá que ser equalizado.
2) Estabeleçam os objetivos do casal
Uma vez estabelecidos os VALORES do casal, deve-se começar a definir aquilo que o casal quer, observando que objetivos e valores não podem ser conflitantes. O tipo de casa onde se deseja morar, a quantidade de filhos que se quer ter, como vão criá-los, se terão um imóvel de lazer, se vão viajar todo ano, etc. Isso deve fazer parte da lista de objetivos.
3) Conheçam a si mesmos
Cada membro do casal deve ter uma visão muito clara sobre seus respectivos “eus financeiros”, ou seja, que tipo de pessoa eles são com relação ao dinheiro. Quanto ganham e até onde estão dispostos a ir para ganhar mais e, mais importante, qual é o padrão de gastos de cada um. A atitude das duas partes do casal deve ser coerente com os valores e com os objetivos
4) Façam uma reunião financeiral mensal
Estabelecem um dia fixo (algo como “toda primeira segunda feira do mês” ou “todo dia 10 do mês”) e façam uma reunião para avaliar como anda a vida e o desempenho financeiro do casal. Façam uma reunião “séria”, como se fosse um compromisso profissional, e deixando de lado qualquer assunto que não tenha a ver com as finanças do casal. Se quiserem, discutam o resto depois.
Avaliem o que está sendo feito e vejam se os valores, objetivos e “eus financeiros” estão sendo corretamente observados.
5) Definam responsabilidades
Dividam as responsabilidades financeiras de acordo com as habilidades, capacidades e gostos de cada um. Esqueçam conceitos como “isso é coisa de homem” e “aquilo é coisa de mulher”. Se a mulher tem maior potencial de gerar dinheiro, através de sua atividade profissional, e se o homem é mais eficiente objetivo na hora de fazer compras no supermercado, explorem isso.
6) Planejem as finanças, mas não deixem de viver o presente
Façam um planejamento cuidadoso dos gastos, mas não permitam que esse planejamento faça de suas vidas um inferno. Abra espaço para o prazer, e não se esqueçam do romantismo.