Como investir seu dinheiro mensalmente

Existem diversas estratégias para investir seu dinheiro e cada um escolhe a que melhor se adequa aos seus planos e propensões a riscos. Mas uma coisa é certa: faz-se necessário definir um percentual para investimento em renda fixa e outro para renda variável.

Já apresentei no artigo “Qual a melhor estratégia para investir?” a estratégia do balanceamento, que consiste basicamente em definir um percentual entre renda fixa e renda variável (digamos 50% para cada) e depois de um determinado período (um ano, por exemplo), o investidor verifica se o percentual se manteve.

Em caso negativo, tira de um investimento e aplica no outro, para equilibrar a conta a garantir que vendeu o que estava mais “caro” e comprou o que estava mais “barato”. Para entender melhor, sugiro a leitura do artigo.

Mas como invisto mensalmente?

A grande dúvida que sempre surge é quanto ao investimento mensal. Como aproveitar as oportunidades que surgem ao longo do ano, ao invés de esperar até o final do período para balancear? Durante muito tempo procurei uma resposta embasada para essa pergunta, fiz alguns testes e finalmente encontrei uma estratégia que eu gostei muito e que realmente funciona!

Método dos Aportes Dobrados

Lendo o sempre interessante Blog do Portinho, editado por Paulo Portinho, autor do ótimo livro “Quanto Custa Ficar Rico?“, conheci o método dos aportes dobrados (MAD). De uma forma bem simples, ele funciona assim:

  • quando no mês anterior, sua carteira de ações (ou fundo de investimento em ações) apresentar resultado negativo, você efetua um aporte dobrado;
  • quando no mês anterior, sua carteira de ações (ou fundo de investimento em ações) apresentar resultado positivo, você efetua um aporte dividido pela metade;
  • você deve estabelecer um valor mínimo (mesmo que continue subindo, não será mais diminuído) e um valor máximo (mesmo que continue caindo, não será mais aumentado).

A estratégia de investimento mensal

É importante que o valor mínimo corresponda ao mínimo que seja fundo autorize aplicações (geralmente em torno de R$ 100) e que o máximo não consuma todo o aporte mensal.

Digamos que você tenha R$ 1.000,00 para investir mensalmente. Como exemplo, você pode definir que o investimento mínimo em renda variável será 100 reais e que o valor máximo será 800 reais.

Você então faz o primeiro investimento da seguinte forma: R$ 400 em renda variável e R$ 600 em renda fixa. Se no mês seguinte seu fundo de ações tiver apresentado rentabilidade negativa, invista nesse mês R$ 800 (dobro de 400) em renda variável e R$ 200 em renda fixa. Caso contrário, o resultado do fundo de ações tiver sido positivo, aplique R$ 200 (metade de 400) no fundo de ações e R$ 800 em renda fixa.

A lógica dessa estratégia é sempre aproveitar os momentos de queda da bolsa para fazer aportes maiores, comprando assim barato, e investindo menos nos momentos de alta, para evitar comprar caro.

Então prove na prática que isso funciona!

Tudo muito bonito, bem explicado, fácil de compreender, mas… funciona mesmo? A resposta é sim! O Paulo Portinho fez um belíssimo trabalho onde considerou o período de janeiro de 1998 a outubro de 2010 (154 meses) do Ibovespa, e utilizou essa estratégia, partindo de R$ 100.

Para efeito de comparação, ele também fez a mesma simulação com o valor médio dos aportes (sem dobrar ou dividir o valor), para que o volume total aportado seja idêntico. O resultado foi o seguinte:

  • Total aportado: R$ 41.800,00;
  • Valor médio dos aportes: R$ 271,43;
  • Patrimônio acumulado (usando o método): R$ 174.945;
  • Patrimônio acumulado (sem usar o método): R$ 156.294.

No artigo dele, tem outras simulações com valores maiores e a boa notícia é que, quanto maior o valor máximo, maior a diferença em comparação a não utilizar o método.

Conclusão

O método está devidamente explicado e provado que realmente funciona. Aproveitei para fazer um balanceamento com aportes mensais em renda fixa, para que possa se adequar aos investimentos de todos.

É importante ressaltar que a utilização desse método não exclui a estratégia de balanceamento, que expliquei no artigo “Qual a melhor estratégia para investir?“. Utilizando ambos, você não precisa se preocupar com sua exposição a riscos, já que seu patrimônio será balanceado anualmente da forma que você deseja.

Vou colocar esse método em prática desde já e depois de um tempo voltarei a escrever sobre ele, para comprovar se realmente funcionou comigo. Mas, desde já, aprovo e recomendo essa ótima estratégia!

O que achou dessa estratégia? Ficou com alguma dúvida? Deixe um comentário!

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