POUPANÇA JÁ RENDE MAIS QUE ALGUNS FUNDOS

Após a redução da taxa básica de juros, a Selic, a rentabilidade da poupança já supera a de alguns fundos de investimento. As informações são do especialista em matemática financeira José Dutra Vieira Sobrinho, que analisou os efeitos da redução da Selic nos rendimentos dessas aplicações financeiras.

No levantamento, Sobrinho mostra que fundos de investimento em renda fixa com taxa de administração acima de 2% rendem menos que a poupança. O matemático considerou investimentos com mais de seis meses e menos de um ano, cujos rendimentos pagam 20% de Imposto de Renda (IR).

Sobrinho acredita que o Banco Central deve mexer na fórmula de cálculo da poupança antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 28 e 29 de abril.

“Se isso não mudar, na próxima redução da Selic a maioria dos fundos vão perder para a poupança.” Para Sobrinho, o governo teria de mudar a fórmula da Taxa Referencial (TR) usada na remuneração da poupança.

“O redutor empregado na fórmula da TR faz com que os rendimentos da poupança subam conforme cai a taxa Selic”, disse.

Para o administrador de investimentos Fabio Colombo, os fundos de investimento com taxa de administração entre 0,5% e 1,5% ainda são mais rentáveis que a poupança, considerando a Selic atual de 11,25%.

“Os fundos passam a ter rendimento menor que a poupança a partir de uma taxa básica de juros menor que 9,9%”, afirma.

O porcentual indica o ponto em que o rendimento líquido dos fundos seria inferior ao mínimo de 6% ao ano garantido por lei para a poupança.

Para a estimativa, Colombo considerou aplicações com período inferior a seis meses, cujos rendimentos pagam 22,5% de IR e taxas de administração de 2%.

Fonte: UOL Economia

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Duas coisas precisam ficar bem claras em relação a esse assunto. Primeiro, é importante ressaltar que a poupança é melhor apenas para pequenos investidores, que dispõem de aportes mensais pequenos e, quanto menor o montante investido, maior a taxa de administração. Além disso, também vale para investidores de curto prazo, já que não incide o Imposto de Renda sobre os ganhos da poupança, enquanto o IR para os fundos pode ser de até 22,5%, no caso de um prazo menor que 6 meses.

Em segundo lugar, vale a pena também explicar o motivo do governo precisar equilibrar essa balança, para não haver distorções econômicas. O dinheiro que nós investimos na poupança é utilizado pelo governo para financiar projetos habitacionais. Em outras palavras, “emprestamos” dinheiro para o governo a juros de 0,6% ao mês. Já os investimentos em fundos de investimentos propiciam aos bancos fôlego financeiro, por conta da taxa de administração, para que eles possam oferecer crédito à população (e também lucrar, obviamente). Além disso, para o governo, isso pode significar maior dificuldade para vender títulos e administrar a dívida pública, já que os títulos públicos são os principais ativos de fundos de investimento.

Portanto, cabe ao governo balancear essa equação para que não deixe o rendimento da poupança tão alto que prejudique o sistema financeiro nacional ou a administração da dívida pública, nem deixe tão baixo que venha a impactar o financiamento da habitação nacional. O importante, segundo o presidente Lula, é “garantir a poupança apenas para os pequenos poupadores“.

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