CONHEÇA O DESEMPENHO DAS PREVISÕES DE 2007

A revista Exame publicou uma reportagem (Desempenho das ações em 2007 foi pior que o esperado, 7 de fevereiro) muito corajosa, na minha opinião, sobre o desempenho das ações recomendadas pela revista no início de 2007.

As 15 ações indicadas por EXAME em 2007 – como parte da reportagem de capa Onde Investir 2007 – renderam, em média, 14,3% ao longo do ano. Isso significa que, quem investiu 1 000 reais em cada um dos papéis recomendados em janeiro [15 000 reais no total], obteve um ganho de 2 144 reais em dezembro. Esse retorno ficou abaixo do que foi projetado pelos analistas consultados para a reportagem, que previam um rendimento médio de 30,2%, o que corresponderia a 4 530 reais.

O resultado da carteira de ações indicada em 2007 foi prejudicado, principalmente, por quatro empresas. O pior desempenho foi o da processadora de cartões CSU Cardsystem – seus papéis se desvalorizaram em 47,3% ao longo do ano, porque a empresa não implementou um de seus principais projetos, com a Caixa Econômica Federal. Também tiveram perdas as ações da Natura e da varejista Guararapes, que apresentaram resultados piores do que o esperado. A queda dos papéis da TAM, de 34,9%, é explicada pelo grave acidente ocorrido em julho, em São Paulo.

Além disso, as ações menos negociadas da Bovespa foram prejudicadas pela turbulência dos mercados em diversos países, provocada pelo agravamento da crise americana. Para proteger seu patrimônio, muitos investidores, especialmente estrangeiros, venderam ações pouco líquidas, o que fez com que elas se desvalorizassem – foi o caso da Energias do Brasil e da Eternit.

Apresentaram ganhos acima da expectativa dos analistas as ações de Ambev, Bradesco, Gerdau, Petrobras, Randon e Vale do Rio Doce.

O interesante é que o Ibovespa subiu 43,7% nesse período, os analistas consultados estimaram o rendimento médio em 30,2% e as ações escolhidas renderam de fato apenas 14,3%. Quem tivesse apostado apenas nas ações da Petrobrás e Vale [empresas claramente com ótimas perspectivas de longo prazo], obteria um retorno de 87,4%. Nada mau, hein?

Conclusão: a vida de quem faz previsões realmente não é fácil, mas lembrem-se sempre: o valor para o corretor é diferente do valor para nós. Tentar prever anualmente ou até mensalmente quais as melhores empresas pode não ser uma boa estratégia a seguir. Continuo acreditando que investir a longo prazo ainda seja a melhor opção.

Em tempo, a edição desse ano da Exame com a capa Onde Investir 2008 ainda está nas bancas. Se quiserem arriscar, fiquem à vontade. Quem viver, verá.

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