Previdência Privada

Previdência PrivadaA previdência privada, ou previdência complementar, é uma modalidade de aplicação financeira cujo principal objetivo é garantir uma renda mensal no período em que você quer parar de trabalhar, por algum motivo especial, ou simplesmente deseja se aposentar.

Como o próprio nome sugere, é uma renda “extra”, um complemento ao benefício pago pela Previdência Social. Só para lembrar, no Brasil, o piso da aposentadoria por idade é de 65 e 60 anos, para homens e mulheres, respectivamente.

Obviamente que a previdência privada não é uma modalidade de aplicação exclusiva para quem trabalha, é chamada assim por se tratar de um investimento de longo prazo, cujo usufruto se dá ao final da carreira profissional ou depois de muitos anos.

Para compreender melhor como funciona esta aplicação, podemos dividi-la em duas fases:

  • Fase de acúmulo: fase em que você deposita uma quantia mensal pré-estabelecida durante um longo período de tempo (em geral, de 20 a 35 anos);
  • Fase de renda: nesta fase você recebe o dinheiro (se inicia logo após ao término da fase anterior).

Como qualquer outra aplicação, você não receberá apenas a mesma quantia que depositou durante todo o período.

Por exemplo, depositando R$ 500 mensalmente pelo período de 30 anos, o valor total dos depósitos será de R$ 180 mil. Contudo, o montante resgatado será igual ao valor depositado mais os rendimentos do período.

A rentabilidade do seu dinheiro advém de aplicações feitas em renda fixa e ações conversadoras.

Previdência Privada: Quanto, quando e quem deve investir

A previdência privada serve muito bem a qualquer pessoa que deseja aumentar sua renda no período de aposentadoria.

Esta aplicação, no entanto, é indicada para quem tem renda superior ao teto de contribuição e benefício pelo INSS, não é contribuinte do INSS ou não tem disciplina para fazer a própria poupança.

Ou seja, se você possui renda maior que o teto, pode optar pela previdência privada para manter o mesmo patamar financeiro no período de aposentadoria.

Para definir seu plano de previdência privada, você precisa ter em mente três questões básicas:

  1. Quando você deseja iniciar a aplicação;
  2. Quando você deseja se aposentar;
  3. Quanto você quer receber de renda extra na aposentadoria.

Com isso você chega ao valor dos aportes mensais, ou seja, de quanto precisa desembolsar para garantir a renda extra desejada para o seu futuro. Feito isso, agora é escolher o tipo de plano que deseja.

Além dos planos de previdência privada, que são entidades abertas de previdência complementar, há também o Funpresp e Fundos de Pensão, que são entidades fechadas.

Previdência Privada: PGBL ou VGBL?

Os produtos disponíveis no mercado brasileiro são PGBL e VGBL.

É importante frisar que os planos de previdência não possuem qualquer tipo de garantia de rentabilidade, o que teoricamente significa que você poderá vir até a perder rendimentos.

Contudo, ao analisar os dados históricos, verifica-se que elas sempre rendem, na medida em que rendem também a renda fixa e os fundos de ações conservadores (principais alvos destas aplicações).

Veja abaixo em qual produto seu perfil se enquadra:

  • VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): Ideal para pessoas que fazem a declaração simplificada de IR, para profissionais liberais e/ou para quem já contribui com 12%, pois não é dedutível do Imposto de Renda.
  • PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): Ideal para quem faz a declaração completa de Imposto de Renda, pois ele é dedutível em até 12% da base tributável do IR.

Independente do plano de previdência privada escolhido (PGBL ou VGBL), você precisará definir o regime de tributação que incidirá sobre seu investimento: tabela progressiva ou regressiva.

Para tomar essa decisão, recomendo a leitura do artigo “Tabela progressiva ou regressiva?“, publicado na Folha de São Paulo.

Previdência Privada: taxas cobradas

As taxas são as grandes vilãs de qualquer plano de previdência privada. Fique atento a elas, em geral os bancos e as seguradoras não gostam de esclarecer muitos detalhes sobre as mesmas. Veja abaixo:

Taxa de carregamento

Incide sobre as contribuições realizados. Em geral, estas taxas variam de 0 a 3%. Exemplo: se você aplica R$ 1.000,00 e a taxa de carregamento é 2%, haverá um desconto de R$ 20,00 e o total aplicado será de R$ 980,00.

Taxa de administração

Custo da gestão dos ativos, que incide sobre a rentabilidade total da aplicação. Em geral varia entre 1,5% e 3% ao ano. Cuidado, pois esta taxa é a de maior impacto na aplicação, opte sempre pelo plano que oferece a menor taxa.

Taxa de saída

Cobrada no caso do resgate antecipado da aplicação. Contudo, a maioria das seguradoras executam esta cobrança apenas nos primeiros anos. Algumas seguradoras impõe prazos de carência para resgates e transferências externas parciais ou totais.

Previdência Privada: Tipos de Renda

Existem, ainda, algumas variáveis que precisam ser definidas, independente do produto que você escolher. Escolha o tipo de renda desejado para que você receba os rendimentos da sua aplicação. São elas:

  • Renda temporária: você recebe uma pensão por um período determinado. Porém, quando você morrer o benefício “cessa”, mesmo que haja “saldo remanescente”.
  • Renda vitalícia: você recebe uma pensão mensal enquanto viver, ou seja, ao passar dessa para uma melhor o benefício cessa imediatamente, independente de eventuais “saldos remanescentes”.
  • Renda vitalícia reversível ao beneficiário: você recebe uma pensão mensal até falecer, e quando isso ocorrer, um percentual desse dinheiro é revertido a um beneficiário (indicado em contrato) até sua morte.

Previdência Privada: Garantias adicionais

Os planos de previdência privada possuem garantias adicionais, que você pode optar normalmente pagando uma taxa a mais. Veja as principais possibilidades oferecidas no mercado:

  • Pecúlio por morte: caso você venha a falecer antes do período de renda, o beneficiário recebe o montante integral acumulado até a data;
  • Pensão por prazo certo: semelhante ao caso anterior, com a diferença de que o recebimento da aplicação ocorre em parcelas (no formato de pensão);
  • Pensão a filhos: o(s) filho(s) menor(es) de idade receberão uma pensão mensal até atingirem a maioridade, no caso do seu falecimento;
  • Pensão ao cônjuge: semelhante à opção anterior, porém destinada a apenas um beneficiário (em geral o cônjuge ou companheiro);
  • Renda por invalidez: caso você venha a se tornar inválido durante o período de acúmulo, você receberá uma renda mensal, uma espécie de seguro por invalidez.

Conclusão

Pense muito bem na escolha na administradora do seu plano de previdência privada, afinal de contas, serão longos anos de aplicação. Não dá para brincar com uma aplicação deste vulto. Idoneidade e solidez são requisitos fundamentais.

Não estamos falando de um aplicação que será resgatada em dois ou três anos, e sim de até 35 anos de investimentos. Mais do que isso, estamos falando da sua renda complementar até o final da vida.

Portanto, na hora da escolha, não deixe de verificar o número de clientes atendidos, o histórico da instituição, bem como sua saúde financeira.

O artigo ‘Como funciona a previdência privada‘ foi a principal fonte deste texto.

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